Pra mim não tem jeito, não tem beijo final, e não vai ter happy end”, canta Tom Zé na canção que abre “Retratos Fantasmas”. Que é um filme biográfico — mas muito mais do que isso. Que é um inquérito histórico ao Recife e à presença do cinema na cidade em que Kleber Mendonça Filho nasceu — mas muito mais do que isso.
Porque há qualquer coisa de épico na melancolia deste filme e na forma como ele folheia aspetos de uma biografia, um desejo de filme de aventuras, de intriga policial que vai fazer a corte ao mistério e até a certos fenómenos inexplicáveis, ilusões mais dadas à ficção científica — e tudo isto este filme abraça, como nos abraça a nós, sem perder de vista uma série de procedimentos que vêm do documentário. “Não vai ter happy end?” As ficções de Kleber, por hábito, não o têm. Preferem a batalha, a revolta ou a vingança. Mas o caso de “Retratos Fantasmas” é diferente.
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