VISITAR AMIGOS
Luísa Costa Gomes
D. Quixote
O último conto de “Visitar Amigos”, intitulado ‘Rotas’, é a transcrição de uma chamada telefónica entre L. e S., conversa que apanhamos a meio, já depois de uma “confidência” que nunca viremos a saber qual foi. A revelação gera uma pausa, um hiato, uma espécie de beco sem saída. “Então conta-me uma das tuas histórias, já que não podemos falar de nada”, diz L. Do outro lado da linha, S. não se faz rogada, embrenhando-se logo num novelo narrativo que envolve um pedido de desculpas enviado por carta, só eficaz, inesperadamente eficaz, porque levou mais de um ano a chegar ao destino, devido a uma série de equívocos do serviço postal (“De facto, tudo correu pelo melhor: porque na verdade o destinatário da carta, se ela tivesse sido imediatamente entregue, estaria tão furioso comigo que não conseguiria sequer recebê-la”).
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