MNAA encerra ao público para obras de renovação e conservação sem data de reabertura

MNAA, em Lisboa, encerra a 29 de setembro para obras do PRR. A última semana é gratuita
MNAA, em Lisboa, encerra a 29 de setembro para obras do PRR. A última semana é gratuita
O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, vai encerrar ao público a 29 de setembro no âmbito de obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sem data prevista de reabertura.
De acordo com o museu, durante a última semana de abertura, entre hoje e 28 de setembro, a entrada no museu será gratuita, e está previsto para domingo um programa de atividades para crianças e famílias de entrada livre, entre visitas orientadas, jogos e momentos musicais.
Durante as obras, estão previstas intervenções em três zonas do edifício do MNAA: no piso 2, dedicado às coleções de ourivesaria, joalharia, cerâmica e artes da expansão, "prevê-se a atualização dos equipamentos museográficos, assim como do respetivo discurso expositivo".
Na Galeria de Arte Europeia, "proceder-se-á à reformulação e atualização da sinalética e da museografia; a empreitada de reabilitação do edifício deverá incluir as coberturas e a conservação das fachadas", enumera o museu.
A campanha de conservação e restauro da Capela das Albertas, parte do edifício do museu, "continua, entretanto, a decorrer, estando a sua reabertura condicionada, igualmente, pelo calendário do PRR".
Relativamente à reabertura, também ela "está condicionada pelo calendário deste processo de intervenção" das obras do plano.
"Trata-se de um momento e de uma oportunidade única para preparar o museu para a próxima década, esperando-se que a reabertura proporcione aos visitantes um equipamento mais inclusivo e acessível, e um atualizado entendimento das nossas coleções", sublinha ainda, sobre o futuro da entidade depois das empreitadas previstas.
As obras são feitas sob a alçada da Associação de Turismo de Lisboa e do Património Cultural - Instituto Público (PC-IP), entidade responsável pelo acompanhamento e implementação física e financeira do plano no setor.
No começo do ano, o MNAA tinha anunciado para março o encerramento da Galeria de Pintura Europeia para obras no quadro do PRR, mantendo disponíveis ao público todas as outras salas expositivas, desde as artes decorativas, presépios, mobiliário, joalharia, têxteis, cerâmica e pintura e escultura portuguesas desde a Idade Média até ao século XIX.
Já no ano passado, em junho, o anterior diretor do MNAA, Joaquim Caetano, tinha apontado para o mês seguinte o começo das obras no sistema de ar condicionado e, em seguida, nas fachadas e telhado.
De acordo com a informação mais recente do portal Mais Transparência, no âmbito do PRR foi atribuído um financiamento de 6,57 milhões de euros para intervenções no MNAA, dos quais já foram pagos 1,32 milhões, tendo como prazo de conclusão 30 de junho de 2026.
Criado em 1884, o MNAA reúne atualmente um acervo de cerca de 40 mil peças, albergando a mais relevante coleção pública do país em pintura, escultura, artes decorativas -- portuguesas, europeias e da Expansão --, desde a Idade Média até ao século XIX, incluindo o maior número de obras classificadas como "tesouros nacionais", assim como a maior coleção de mobiliário português.
No acervo encontram-se, nos diversos domínios, algumas obras de referência do património artístico mundial, nomeadamente, os Painéis de São Vicente, de Nuno Gonçalves, considerada uma obra-prima da pintura europeia do século XV.
O PRR é um programa europeu, com um período de execução até 2026, que visa implementar um conjunto de reformas e investimentos destinados a repor o crescimento económico sustentado, após a pandemia.
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