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Cultura

Entrevista a César Mourão, o realizador que o ator escondia: “Não quis fazer um filme para estrear apenas na minha sala de estar”

César Mourão
César Mourão
Rita Carmo

O ator, humorista e apresentador de televisão César Mourão conversou com o Expresso sobre a sua primeira longa-metragem como realizador. “Podia Ter Esperado por Agosto” é uma comédia romântica passada no norte de Portugal, na qual a solidão dos mais velhos e o envelhecimento do país estão presentes. “É um filme que acaba por deixar quem sai do cinema a pensar nas suas prioridades, no valor que damos uns para os outros e no que é realmente importante”, afirma. Chegou esta semana às salas de cinema

Um rapaz do campo apaixona-se por uma rapariga da cidade, e um amigo tem a ideia de trazê-la de volta à vila antes do mês de agosto. Realizado por César Mourão e protagonizado pelo próprio, Júlia Palha, Kevin Dias e João Reis, “Podia Ter Esperado por Agosto” começa à chuva num cemitério e acaba numa romaria de verão.

Quando é que nasceu o desejo de ser realizador?
Nasceu com o desejo de ser ator e de trabalhar nesta indústria. Não sinto que exista uma separação. Sempre fui obcecado pela versatilidade, daí ter estudado no Chapitô, que é uma escola que sempre me proporcionou isso. Sempre quis tocar vários instrumentos musicais, e é literal. Para mim, nesta arte, as coisas fundem-se todas umas nas outras. Não é que não haja pessoas focadas, excelentes e melhores do que eu. Não é isso. No meu caso, e para me sentir realizado, tenho de ter a possibilidade de mexer em várias coisas, de tocar em várias vertentes. A realização sempre esteve em mim, desde que sou ator, seja na televisão seja no cinema. Sempre tive a preocupação de saber o que está a acontecer, sempre fui o miúdo dos porquês, sempre quis saber qual era a câmara que estavam a usar, e porque passavam de uma 35 mm para uma de 50 mm ou de 85 mm, sempre tive o gosto de querer saber decorria a execução do filme no seu todo; e não só de uma parte de interpretação. Gosto muito de estar para além do texto, portanto chegar à realização acaba por ser uma coisa natural.

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