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Entrevista a Miguel Gomes, premiado em Cannes: “A produção de ‘Grand Tour’ começou a ser desenhada na toalha de mesa de um restaurante”

Miguel Gomes fotografado em Cannes no passado dia 23
Miguel Gomes fotografado em Cannes no passado dia 23
Valery Hache/AFP via Getty Images

Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, distinção inédita no cinema português, com um filme que atravessa sete países da Ásia. Conversa com Miguel Gomes sobre “Grand Tour” e a sétima arte. “O cinema atual já não confia muito no espectador. Em certos filmes, o pacto estabelecido com a audiência chega até a tornar-se uma coisa autoritária.”

“Grand Tour” é a história de dois noivos, ele medroso, ela corajosa, ele a fugir dela Ásia fora, atravessando vários países, no início do século passado, ela no seu encalço, num filme — como já se escreveu — a pedir a cada espectador que o complete com a sua própria imaginação. Miguel Gomes partiu antes, fez a viagem primeiro, com os seus coargumentistas e técnicos, filmando aquela Ásia na atualidade: Myanmar, Singapura, Tailândia, Vietname, Filipinas, Japão e China, até quase à fronteira com o Tibete, numa floresta de bambu habitada por pandas. Só a partir daí foi o argumento escrito, e aquilo que foi em seguida rodado em estúdio, em Lisboa e em Roma, respondeu às imagens e sons trazidos da Ásia. Gonçalo Waddington é Edward Abbot, um funcionário do Império Britânico na Mandalay da antiga Birmânia. Crista Alfaiate é Molly, a inglesa que há sete anos espera que Edward case com ela.

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