Cultura

Criação têxtil indígena e curso sobre a rota da seda? Sim, na Fundação Oriente

Criação têxtil indígena e curso sobre a rota da seda? Sim, na Fundação Oriente

Uma exposição de arte australiana e seis sessões online sobre a irradiação comercial e cultural da Rota da Seda são as propostas que marcam o final de janeiro e a primeira metade de fevereiro no Museu do Oriente

O que têm a ver os tapetes australianos com a Rota da Seda? Aparentemente, muito pouco, tirando o facto de duas iniciativas concentrando-se em ambos terem lugar no mesmo local, em datas muito próximas. Na Fundação Oriente, em Lisboa, desde o dia 26 de janeiro que é possível ver todo um conjunto de têxteis indígenas expostos e, a partir de 14 de fevereiro, decorrerá um curso online focado no itinerário comercial e cultural da Ásia Central.

A exposição, que leva o nome de “Dry Season Wind – Jarracharra", reúne obras que se integram numa coleção de arte têxtil produzida por mulheres indígenas oriundas da região Maningrida, a oeste de Arnhem Land, na Austrália. Trata-se de 52 peças – da autoria de 20 artistas – estampadas à mão e inspiradas no contexto das artistas e em histórias ancestrais que falam de elementos como rochas sagradas, espíritos femininos da água, tartarugas ou caranguejos.

No meio dos motivos evocados não falta o das narrativas djang, centrado em histórias da criação e preservação da terra, e na defesa do estilo de vida indígena como legado às gerações futuras. Esta mostra, criada em 2019, é promovida pelo Bábbarra Women’s Centre, organismo que dá refúgio e apoio a mulheres aborígenes da região de Maningrida, onde habitam 80 clãs diferentes, um total de 2.500 pessoas que falam 12 línguas.

“Para Além da Rota da Seda” consiste, por seu turno, num curso online a realizar-se entre 14 de fevereiro e 20 de março - com sessões sempre à quarta-feira das 18h30 às 21h -, para maiores de 16 anos. A ideia é deixar-se conduzir pela arqueóloga e investigadora Mariana Castro pelos meandros de uma abordagem alternativa da História mundial, que parte da importância da Ásia Central enquanto ponto do globo incontornável no que se refere aos intercâmbios comerciais e culturais entre a China, a Índia, o Médio Oriente e a própria Europa.

São ao todo seis sessões que progridem do neolítico à Idade do Ferro, dos primeiros impérios à Antiguidade tardia, até se chegar à Idade Média.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LLeiderfarb@expresso.impresa.pt

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