A secção 301, no segundo nível mais alto do estádio Levi’s, flutua 105 metros acima da cidade de Santa Clara, na Califórnia. É composta por 251 lugares — uma simples aldeia no vasto reino dos 64 mil lugares do estádio, mas era a nossa aldeia e no último sábado de julho ocupámos cada um desses lugares e vimos, sustendo a respiração, a Taylor Swift a emergir do meio de uma série de paraquedas ondulantes com tons pastel e subir para uma plataforma para realizar o 47º espetáculo da sua digressão “The Eras Tour”. Que aldeia agradável aquela onde nos encontrávamos, eu e o meu filho Ezra, de 15 anos. Poucos minutos depois de nos sentarmos, já éramos uma comunidade com um fervoroso sentido de propósito, partilhado por todos.
As jovens à esquerda de Ezra, que não deviam ter mais de 16 anos, vestem uns vestidos pretos da era “Reputation”. Estavam sem palavras e sem fôlego e não se mexeram nem se sentaram uma única vez durante toda a noite porque tinham medo de perder alguma coisa. Três filas atrás estavam sentadas algumas tweens com vestidos de alças cor-de-rosa, chapéus brancos e botas brilhantes de cowgirl — a era de estreia de Taylor Swift, a do álbum com o seu nome. À minha direita estavam dois homens com T-shirts a condizer que diziam: “Sou eu, olá. Sou o marido. Sou eu.” As suas mulheres, que eram amigas, escolheram (de forma inteligente) ficar sentadas uma ao lado a outra. Durante as músicas que não sabiam (que eram a maioria), conversavam um com o outro, usando palavras como “representantes, CEO e aquisições”.
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