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Manuel de Azevedo Gomes, o primeiro do seu tempo. Um republicano ao serviço do Rei

Singular A Casa das Pedras, encomendada pelo Comandante Manuel de Azevedo Gomes a Nicola Bigaglia, professor de desenho italiano. Foi concluída em 1904 e tem vista para a entrada da Barra de Lisboa
Singular A Casa das Pedras, encomendada pelo Comandante Manuel de Azevedo Gomes a Nicola Bigaglia, professor de desenho italiano. Foi concluída em 1904 e tem vista para a entrada da Barra de Lisboa
TIAGO MIRANDA

Conceituado comandante da Marinha Portuguesa na viragem do século XIX, mesmo perfilhando o ideário republicano, foi escolhido pelo rei D. Carlos como ajudante de campo honorário. Foi genro da segunda mulher do rei D. Fernando e mandou edificar na Praia da Parede (Cascais) a Casa das Pedras, ainda hoje um ex-líbris daquela povoação

Margarida de Magalhães Ramalho, investigadora do Instituto de História Contemporânea

Manuel de Azevedo Gomes nasceu na ilha do Pico, na freguesia da Piedade, a 19 de outubro de 1848. Filho de proprietários rurais, escolherá, como o seu irmão Amaro — que será o primeiro ministro da Marinha da República —, o mar como destino. Por volta de 1860 assenta praça como aspirante. Pouco tempo depois, na sua primeira viagem como guarda-marinha, é apanhado pelas consequências internacionais da Guerra da Secessão americana, quando a canhoneira sulista “Alabama” e a corveta da União “Kearsarge” se enfrentam em águas açorianas.

A perseguição desta última iniciara-se perto dos Açores. Com menos poder de fogo, a corveta nortista refugiara-se junto aos ilhéus das Cabras, a sueste de Angra do Heroísmo. O navio confederado não desiste e continua no seu encalce. Ancorada ao largo de Angra, a corveta portuguesa “D. Estefânia” testemunha a perseguição. É então que, em substituição do seu comandante, que se encontrava acamado, o jovem guarda-marinha Manuel de Azevedo Gomes, que dominava a língua inglesa, decide intervir.

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