Cultura

Prémio Pessoa. Tiago Rodrigues: “Não há percursos individuais no teatro”

Prémio Pessoa. Tiago Rodrigues: “Não há percursos individuais no teatro”
José Fernandes

O encenador, criador, ator e diretor do Teatro D. Maria II, Tiago Rodrigues, recebeu o Prémio Pessoa esta terça-feira, em Cascais. Francisco Pinto Balsemão, Rui Vilar e Marcelo Rebelo de Sousa destacaram o percurso do galardoado e a sua visibilidade internacional

O Presidente da República foi o primeiro a chegar ao Palácio da Cidadela, em Cascais, no qual se realizou esta terça-feira, numa versão inédita e reduzida, a cerimónia de atribuição do Prémio Pessoa.

Marcelo Rebelo de Sousa começou por comentar a saída de Mário Centeno do Governo frente aos jornalistas que o esperavam; e só depois a atribuição do Prémio Pessoa a Tiago Rodrigues, sublinhando o momento difícil que esta área atravessa: “A cultura foi provavelmente mais afectada [pela pandemia] do que o turismo. Não há democracia sem cultura. Mais tarde, e congratulando-se com o facto do Teatro D. Maria II realizar, nas suas salas, o primeiro espectáculo do pós-confinamento na próxima semana disse: “Foram três meses, mas parece que foram três décadas. Não foram anos. Foram décadas.”

Sumariamente, o Presidente destacou, nesse primeiro momento, alguns dos elementos que estariam presentes no discurso mais alargado que teve oportunidade de fazer uma hora depois, já com todos os convidados presentes na Sala de Vidro, da qual se avista a baía de Cascais: “Tiago Rodrigues é alguém com uma carreira muito rica e ainda tem muito para fazer. Este prémio é um estímulo virado para o futuro. Tiago Rodrigues é alguém com prestígio internacional, e isso é importante para a imagem de Portugal.”

José Fernandes

A cerimónia foi pela primeira vez realizada fora da sede da Caixa Geral Depósitos, por causa das restrições sanitárias. O Palácio da Cidadela, em Cascais, apareceu como opção por convite do Presidente da República, e teve lugar frente a 12 convidados, que permaneceram em pé. Seguiu-se um jantar.

Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa e do Prémio Pessoa, e Rui Vilar, vice-presidente e presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos, falaram antes do Presidente da República.

Todos sublinharam o facto de este prémio não destinar a coroar uma carreira. Foi lembrada Maria de Sousa, membro do júri, cientista, desaparecida recentemente, assim como o pai do premiado, Rogério Rodrigues, jornalista, que Francisco Pinto Balsemão conheceu nos tempos em que este trabalhava no semanário “O Jornal”. Francisco Pinto Balsemão lembrou ainda a importância que Magda Bizarro, mulher de Tiago Rodrigues, tem tido no percurso deste.

José Fernandes

Tiago Rodrigues, à semelhança do que já tinha dito no momento em que soube da atribuição do prémio, em dezembro passado, sublinhou no seu discurso o carácter colectivo deste prémio: “No teatro não há percursos individuais.”

Tendo a ministra da Cultura, Graça Fonseca, sido convidada a participar na cerimónia, acabou por não ser alvo de nenhuma crítica directa. No final, Tiago Rodrigues explicou ao Expresso que sendo este um momento político não poderia ser sectorial. “Tenho dito alto o que penso. A ministra sabe o que penso.”

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