Coronavírus

Covid-19. Tendência é ligeira, mas é real: portugueses estão a relaxar o confinamento

Covid-19. Tendência é ligeira, mas é real: portugueses estão a relaxar o confinamento
Rui Duarte Silva

No último fim-de-semana foi registado o valor mais baixo de confinamento desde que foi decretado o estado de emergência. Ficaram em casa 63,9% dos portugueses

Covid-19. Tendência é ligeira, mas é real: portugueses estão a relaxar o confinamento

Mafalda Ganhão

Jornalista

Os portugueses estão a aliviar o confinamento. Segundo a medição feita pela empresa PSE, que desenvolveu uma tecnologia para analisar a mobilidade dos cidadãos e a está agora a aproveitar para a recolha de dados no contexto da pandemia de covid-19, este último fim-de-semana, considerando sábado e domingo, teve o valor mais baixo de confinamento desde que foi decretado o estado de emergência.

A análise tem por referência “o valor médio só dos fins-de-semana”, assinala a PSE, e refere que nos dias 18 e 19 de abril ficaram em confinamento 63,9% dos portugueses, uma percentagem “mesmo inferior ao valor verificado no fim-de-semana anterior à declaração do estado de emergência”.

Acompanhando a evolução do nível de “Confinamento em Casa” em contínuo, “dia após dia”, a conclusão é a de que neste último domingo se verificou uma descida de quase 18% (precisamente 17,7% ) face ao domingo (de Páscoa) anterior.

A nota divulgada pela empresa refere que “a tendência é a de de um evidente relaxamento, ainda que ligeiro, dos portugueses, em relação à recomendação de confinamento”.

Os gráficos incluem os dados desta segunda-feira, cujo valor é também o mais baixo de todas as segundas-feiras, desde que foi comunicado o estado de emergência. Em casa mantiveram-se 58% dos portugueses.

A PSE tem analisado também os diferentes níveis de mobilidade no país. O gráfico que lhe corresponde está distribuído pelas categorias “Baixa Mobilidade” (até 10 quilómetros por dia); “Mobilidade Média” (de 10 a 20 quilómetros por dia) e “Mobilidade Alta” (mais de 20 quilómetros por dia). Uma vez mais, comparando o domingo de Páscoa com o último domingo, o salto foi de 7% para 19%, considerando os portugueses que apresentaram uma mobilidade de médio ou longo-curso.

O estudo da consultora portuguesa tem uma amostra de 3.500 pessoas, que aceitaram descarregar uma aplicação para 'smartphone' que acompanha todos os seus passos, dia a dia, 24 horas por dia, recorrendo a geolocalização (GPS). Esta amostra abrange pessoas das regiões do Grande Porto, Grande Lisboa, litoral norte, litoral centro e distrito de Faro.

Em comercialização desde novembro de 2019, os dados recolhidos pela 'app' estão a ser aplicados, sobretudo, na aferição de audiência da publicidade exterior e para auxiliar as câmaras municipais no ordenamento do território e na gestão de mobilidade e transportes. Com a propagação do surto de covid-19, os promotores adaptaram a tecnologia e estão a usá-la ao serviço da análise da imobilidade dos portugueses.

Cruzando os dados da taxa de contaminação por covid-19 em cada um dos 45 concelhos abrangidos pelo estudo, com a mobilidade real das populações, no domingo de Páscoa os dados de confinamento revelaram que 79% permaneceu em casa e 93% próximo de casa.

Antes da declaração do estado de emergência e do fecho das escolas, o confinamento em casa "natural" situava-se entre os 20% e os 30%, nos dias úteis, sendo cerca de 40% aos domingos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt

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