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Coronavírus

Maria Manuel Mota, cientista: “Este é um vírus relativamente bonzinho”

Maria Manuel Mota, cientista: “Este é um vírus relativamente bonzinho”

É uma das maiores cientistas portuguesas, diretora do Instituto de Medicina Molecular, de quem partiu a pergunta que hoje está a permitir a produção nacional de testes de diagnóstico de covid-19. E está envolvida na produção de testes serológicos, que aferem o grau de imunidade da população. Autoridade no campo da malária, a imagem do Prémio Pessoa 2013 é a de uma mulher que corre, que não tem paciência para ter tempo. E que faz

Maria Manuel Mota, cientista: “Este é um vírus relativamente bonzinho”

Tiago Miranda

Fotojornalista

Tempo e pausas não são com ela. Assim como não o é cruzar os braços. Move-a uma “urgência de fazer coisas” que não esmoreceu aos 48 anos — ainda gosta dos resultados “para ontem”. Por isso, enquanto diretora do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa, não resistiu a meter as mãos na massa e em lançar à sua equipa o repto de desencantar um kit de diagnóstico de covid-19 made in Portugal. Claro que o conseguiu.

Maria Manuel Mota mergulhou nesta tarefa empurrada pela realidade. Desde casa, no mais estrito confinamento, coordena os trabalhos do IMM, agora também envolvido na produção de testes serológicos, que daqui a alguns meses (estão a ser desenvolvidos e dentro de semanas entram em testagem laboratorial) permitirão aferir o grau de imunidade populacional. Afinal, um cientista tem este treino, esta bagagem. E o pensamento voa, não é possível contê-lo.

Prémio Pessoa em 2013 e Sanofi-Pasteur em 2018, pela sua investigação do parasita da malária, Maria corre mas nunca se cansa. Insiste até haver respostas. Quis ser bióloga do microscópico, fez um mestrado em imunologia — coordenado por Maria de Sousa, falecida no dia de fecho desta edição — levada pela curiosidade, maravilhou-se com a “suprema ironia” da vida de um parasita. Descobriu que o Plasmodium é um bico de obra, muito mais complexo do que um vírus, seletivo e imprevisível. Há duas décadas que estuda como se comporta e ainda se surpreende.

Nestes dias só lê sobre covid-19. E observa um mundo que, de repente, afunilou. Voltar a abri-lo é o passo seguinte. Mas como? E quando? E para quem? E o que seremos depois de isso acontecer? Que novo normal irá instalar-se? Durante duas horas, Maria Manuel Mota parou para conversar com o Expresso sobre estas e outras questões.

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