Num fim de semana "particularmente difícil" para o cumprimento de regra de afastamento social, o Governo pede que não se aliviem os comportamentos. Prova disso são os dados desta sexta-feira: mais 1.516 casos, o pior dia em números absolutos desde o início da pandemia em Portugal. Os dados revelam ainda um aumento da taxa de contágio de 10,65%, o dia com taxa mais elevada desde o início do mês.
Analisando região a região, o Norte volta a registar o maior número de casos novos (795 num só dia), mas representa desta vez 'apenas' 52% dos casos. A região da grande Lisboa tem mais 370 casos em 24 horas, um crescimento de dia para dia de 10%. Também a região Centro tem mais 292 casos, um crescimento de 15% face ao dia anterior.
Na habitual conferência de imprensa que dá conta da situação epidemiológica do país, Jamila Madeira, secretária de Estado adjunta e da Saúde, reforçou essa ideia. "Os números de hoje são números difíceis", disse. E mostram que "não podemos abrandar". "Os números de hoje revelam isso mesmo, não podemos falhar", disse.
A mensagem a passar é que, apesar de ter havido indicações nos últimos dias de que o pico - o dia em que o número de novo contágios é mais alto - pode já ter passado, continuamos a registar aumentos.
Mais em linha parece estar a da taxa de óbitos: os dados de hoje revelam um aumento do número de mortes, mais 26, mais 6,36% face ao dia anterior.
As notícias mais positivas vêm dos recuperados, há mais 233 pessoas que venceram a doença e o número de pessoas em cuidados intensivos também reduziu. Há agora 226 pessoas nos cuidados intensivos, menos 15 do que ontem. Há ainda a registar mais seis pessoas em urgências hospitalares.
Olhando para os números, Portugal continua sem registar qualquer morte abaixo dos 40 anos.
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciou, na conferência de imprensa desta manhã, que "não havia justificação para fazer cordão sanitário" em Castro Daire. Tal foi "com acordo entre autoridade de saúde e autarquia". O que foi necessário foi o de "reforçar junto da população a necessidade de manter o distanciamento social e de manter encerrados determinados estabelecimentos".
Graça Freitas disse também que devem ser as autoridades de saúde locais e as restantes autoridades competentes a encontrar "a melhor solução possível" para doentes de lares que tenham testado positivo. Isto porque há hospitais que estão a enviar para os lares de origem idosos que testam positivo, mas têm alta ou estão assintomáticos. Perante a dúvida, Graça Freitas diz que há "guias de boas práticas" e que "está bastante bem esclarecido o que deve ser feito" e que os lares tem sido uma preocupação constante.
Quanto a casos locais, "as normas dizem que as autoridades de saúde competentes e as entidades locais e de gestão dos lares terão que perante uma situação concreta, seguindo as normas e boas práticas, encontrar a melhor solução possível".
Nos últimos dias, várias têm sido as interpretações sobre o uso de máscaras, a DGS deverá uniformizar e fazer uma recomendação adaptada à realidade portuguesa brevemente.
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