Coronavírus

Marcelo puxa pelo êxito das decisões políticas: “Era necessário haver medidas como as que foram tomadas”

Marcelo puxa pelo êxito das decisões políticas: “Era necessário haver medidas como as que foram tomadas”
MIGUEL A. LOPES

Presidente da República impôs o estado de emergência e o Governo correspondeu com as medidas de contenção. Marcelo puxa dos galões: as decisões de confinamento que foram tomadas estão a ajudar a comprimir a mola do vírus e a evitar que a curva dispare.

Marcelo Rebelo de Sousa regressou à expressão da semana passada para justificar a continuação do estado de emergência em Portugal: “Importa manter a pressão na mola para que a mola não suba”, isto é, para que os casos de Covid-19 no país não disparem. Depois da segunda reunião semanal com os peritos em saúde pública nas instalações do Infarmed, que juntou os líderes políticos, os parceiros socias e agora os conselheiros de Estado em videoconferência, o Presidente da República deu a entender que foi a decisão pelo estado de emergência (com a qual António Costa não concordava pelo menos para já) e o fecho das escolas, que permitiu comprimir a mola dos contágios. Se o presidente desencadeou um processo mais musculado, o Governo e o Parlamento corresponderam.

Portugal registou esta terça-feira o maior aumento bruto de infetados com o novo coronavírus — 1.035 novos casos —, mas manteve uma taxa de crescimento abaixo dos 20%. A confirmar-se a tendência, explica Marcelo, prova-se que “era necessário haver medidas como as que foram tomadas” e que “tudo indica que as medidas tiveram que ver com a evolução do processo, que valeu a pena o esforço dos portugueses”. Ou seja, a decisão pelo estado de emergência já está a dar resultados.

Da reunião, Marcelo retirou duas conclusões, sendo que uma delas é a de que “vale a pena manter as medidas de contenção”. Mais do que isso, reforçou o Presidente, essa necessidade “impõe-se".

“Temos uma fixação em valores [de casos positivos de covid-19] que podem vir a ser menos de metade, claramente menos de metade, em média, daqueles que se verificavam na primeira fase”, disse o Presidente. As taxas de crescimento, lembrou, rondam os 15% e os 20%, menos do que no início da pandemia. Se assim se mantiver nos próximos dias, “pode ter influência naquilo a que se chama o pico, ou seja, na inversão da curva”. Para Marcelo, é preciso virar a atenção para a “verificação de casos diários” e a manutenção dessa tendência.

Continuar a pressionar a mola é o sinal de que, como o Expresso tinha adiantado, o estado de emergência deverá ser prolongado por mais 15 dias. Questionado sobre o prolongamento do estado de emergência, Marcelo não escondeu que “da reunião decorre muito claramente que é importante dar um sinal de manutenção do que foi adquirido”.

Peritos vão pronunciar-se sobre ano letivo

Marcelo Rebelo de Sousa remeteu para a semana uma eventual nova orientação sobre a situação das escolas, atualmente encerradas, embora o ministro da Educação já tenha dito que as aulas à distância vão continuar e o primeiro-ministro já tenha admitido que pode não haver terceiro período. Questionado sobre a possibilidade de voltar a haver aulas presenciais, o Presidente da República disse que “dia 7 [de abril] haverá nova reunião, tendo como preocupação analisar os dados do passado recente e as previsões para o futuro”.

Marcelo referiu-se ao fecho das escolas como uma possível justificação para o abrandamento da taxa de crescimento da pandemia em Portugal. “Temos uma fixação em valores que podem vir a ser menos de metade, claramente menos de metade, em média, daqueles que se verificavam na primeira fase. E [isso] pode significar uma relação com o encerramento das escolas e com as medidas de contenção já adotadas.”

Com Vítor Matos

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