Coronavírus

Covid-19. Maior aumento bruto de infetados em Portugal. Recuperados continuam os mesmos, mas há explicações

Covid-19. Maior aumento bruto de infetados em Portugal. Recuperados continuam os mesmos, mas há explicações
Tiago Miranda

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, explicou por que motivo o número de recuperados da covid-19 é o mesmo há seis dias. Portugal tem mais 1.035 infetados e mais 20 mortes, quase todas de pessoas acima dos 70 anos

Portugal registou nas últimas 24 horas o maior aumento bruto do número de infetados com o novo coronavírus — há mais 1.035 casos confirmados, o que representa uma taxa de subida de 16%, menos do que em atualizações anteriores mas quase o dobro do que na segunda feira (7,5%). O país tem agora um total de 7.443 pessoas doentes com a covid-19.

Dessas pessoas, 627 estão internadas, mais 51 do que na segunda-feira. Nas unidades de cuidados intensivos, estão 188 pacientes a nível nacional.

Em sentido contrário, os doentes recuperados não mexem há seis dias: 43. Questionado na conferência de imprensa diária, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, respondeu que a explicação está “em parte, no facto de se tratar de uma doença de convalescença lenta e também às notificações tardias, uma vez que a maior parte dos doentes trata-se no domicílio, o que pode originar um hiato em termos do conhecimento de casos de recuperação”. Além disso, explicou, os doentes ficam “assintomáticos antes da cura mas demoram mais tempo até ter dois testes negativos”.

84% das mortes acima dos 70 anos, mas sem incluir jovem de Ovar

O Relatório da Direção-Geral da Saúde sobre a situação epidemiológica em Portugal desta terça-feira, dia 31, regista ainda que o número de mortes no país aumentou para 160, mais 20 do que na véspera (uma subida de 14% e uma taxa de mortalidade de 2,15%).

19 desses 20 óbitos dizem respeito a pessoas acima dos 70 anos. Esses grupos etários são considerados de risco e representam 84% das mortes por covid-19 em Portugal. Porém, o boletim da DGS poderá ainda não incluir todos os óbitos que vão sendo conhecidos. O mais evidente é o de um jovem de 14 anos, residente em Ovar e com histórico de doenças associadas, que ainda não aparece na estatística da DGS.

Número de casos no Porto diminui para menos de metade

Outra das dúvidas levantadas até aqui pelo boletim da DGS tinha que ver com a distribuição dos casos confirmados por concelho. Ainda durante esta segunda-feira, a autoridade de saúde admitiu a possibilidade de uma dupla contagem de casos no Porto, o que explica que esta terça-feira o número de casos no Porto tenha caído para menos de metade.

A DGS esclarece no próprio boletim que, a partir de agora, só serão contabilizadas as notificações clínicas na plataforma SINAVE (Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica), ao contrário do que até aqui acontecia, em que os dados eram cruzados (ou, inadvertidamente, somados) aos das autoridades de saúde regionais.

Assim sendo, na mais recente distribuição geográfica, Lisboa é o município mais afetado, com 505 casos, seguido do Porto, que tem 462. A lista de cinco concelhos fica completa com mais três da região Norte: Vila Nova de Gaia (338 casos), Gondomar (298) e Maia (293).

Testes negativos aumentam 21%

Passaram de 32.953 para 40.033 o número de casos não confirmados, uma subida de 21% e na linha do que tem acontecido nos últimos dias, o que indicia que os testes estão a aumentar. Portugal sinalizou desde o início da pandemia 52.086 casos suspeitos, dos quais apenas 14% vieram a revelar-se positivos até ao momento, e tem 4.610 pessoas à espera do resultado do teste laboratorial.

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