Coronavírus

Covid-19. UE alerta para campanha russa de desinformação para semear “pânico e medo” no Ocidente

Covid-19. UE alerta para campanha russa de desinformação para semear “pânico e medo” no Ocidente
Jane Barlow/WPA Pool/Getty Images

A informação consta de um documento interno da União Europeia a que a CNN teve acesso. “O objetivo principal da desinformação do Kremlin é o de agravar a crise de saúde pública em países ocidentais, minando especificamente a confiança pública nos sistemas de saúde nacionais, impedindo assim uma resposta eficaz ao surto”, lê-se no documento, datado de 16 de março

Covid-19. UE alerta para campanha russa de desinformação para semear “pânico e medo” no Ocidente

Hélder Gomes

Jornalista

Os media estatais russos e outros órgãos pró-Kremlin desencadearam uma campanha de desinformação para semear “o pânico e o medo” no Ocidente por causa do coronavírus Covid-19, alertam funcionários da União Europeia (UE). A informação foi avançada esta quarta-feira pela CNN, que teve acesso a um documento interno comunitário.

O documento, elaborado pelo Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE), reporta quase 80 casos de desinformação sobre o coronavírus desde 22 de janeiro.

“O objetivo principal da desinformação do Kremlin é o de agravar a crise de saúde pública em países ocidentais, minando especificamente a confiança pública nos sistemas de saúde nacionais, impedindo assim uma resposta eficaz ao surto”, lê-se no documento, datado de 16 de março. A campanha foi concebida para “exacerbar confusão, pânico e medo”, acrescenta.

Uma “enxurrada” de desinformação

O relatório detalha como os media pró-Kremlin trabalham para amplificar narrativas muitas vezes contraditórias que “tomam de assalto” o espaço informativo, de forma a diminuir a capacidade da UE de comunicar e agir no seu próprio interesse.

Peter Stano, porta-voz do SEAE, disse à CNN que o centro detetou uma “enxurrada” de desinformação sobre a propagação do Covid-19 nas últimas semanas. O responsável garantiu que o centro “intensificou a monitorização dos fluxos de informação e as suas fontes” e “identifica, expõe e alerta para a desinformação relacionada com o coronavírus espalhada por fontes russas”.

Questionado sobre estas alegações, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, desmentiu-as e classificou-as como uma “obsessão russofóbica”. “Se este documento contivesse pelo menos um exemplo concreto e um link para algum media especifico, eu poderia dizer-vos algo específico. Estamos a falar novamente de acusações infundadas, o que, em teoria, na situação atual, provavelmente esta obsessão russofóbica teria decaído, mas parece que não”, disse.

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