Vinhos

Tawny, Ruby, LBV e Vintage: antes de beber, conheça os principais estilos do vinho do Porto

Vinho do Porto
Vinho do Porto
IVDP

Licoroso, é produzido na Região Demarcada do Douro – a primeira do mundo -, e envelhece nas caves de Vila Nova de Gaia, para onde é transportado. Em véspera do Dia Internacional do Vinho do Porto, que se celebra a 27 de janeiro, e no ano em que a região do Douro é Cidade Europeia do Vinho, conheça um pouco da complexa terminologia associada ao mais famoso dos vinhos portugueses.

O Vinho do Porto é um vinho licoroso, produzido na Região Demarcada do Douro. O processo, baseado na tradição, inclui a paragem da fermentação do mosto pela adição de aguardente vínica (benefício ou aguardentação), a lotação de vinhos e o envelhecimento. Sebastião José de Carvalho e Mello, o célebre Marquês de Pombal, é figura central na criação da Região Demarcada do Douro, a primeira do mundo, em 1756, para regular a produção do Vinho do Porto. A paisagem do Alto Douro Vinhateiro, com íngremes encostas organizadas em socalcos debruçados sobre o rio, é Património da Humanidade da UNESCO desde 2001. Divide-se em três sub-regiões: Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior. O solo abundante em xisto e o clima mediterrânico são características complementadas por invernos frios e verões muito quentes, como expressa o ditado popular “nove meses de inverno e três de inferno”. Em 2023, a região do Douro vai ostentar o título de Cidade Europeia do Vinho. Já a 27 de janeiro celebra-se o Dia Internacional do Vinho do Porto.

Produzido na Região Demarcada do Douro, o Vinho do Porto envelhece em Vila Nova de Gaia, para onde é transportado. A viagem era, no passado, uma odisseia, equilibrando-se pipas de milhares de litros em barcos rabelos, ao longo do rio, vencendo a força das correntes. Porque se chama então Vinho do Porto? Por ter sido a partir da Invicta que começou a ser exportado para o mundo inteiro, desde o século XVII, adotando, por isso, o nome da cidade.

Vinho do Porto
IVDP

Antes de beber, conheça um pouco da complexa terminologia associada ao Vinho do Porto:

Ruby
O nome provém da cor. Feito a partir de várias colheitas, envelhece até três anos em balseiros, o que lhe confere oxidação baixa, preservando os aromas jovens e a fruta vermelha. O Ruby está pronto a beber entre 3 a 5 anos após ser engarrafado.

Tawny
Constituído por vinhos de vários anos (entre 4 e 6) envelhecidos em cascos ou tonéis, tem complexidade aromática de frutos secos e madeira, e tonalidades âmbar. Os Tawny de qualidade superior são classificados pela idade (10, 20, 30 e 40 anos) indicativa da média de anos que envelheceram.

Vintage
Elaborado com uma seleção dos melhores vinhos produzidos em anos excecionais, integra as categorias especiais. O estágio dura cerca de 20 meses. É depois transferido para a garrafa, onde prossegue o envelhecimento. Quando a declaração de Vintage é generalizada diz-se que é um Vintage Clássico.

Vintage de Quinta
Elaborado em anos não declarados Vintage Clássico, com as melhores uvas de uma só quinta, cujo nome é inscrito no rótulo. O tempo de estágio é igual ao do Vintage, mas está pronto a beber entre 8 a 10 anos depois de engarrafado.

LBV
O Late Bottled Vintage provém da colheita de um ano excecional, mas não declarado Vintage. Integra as categorias especiais, envelhecendo em madeira entre 4 e 6 anos. Depois de engarrafado, está pronto a beber. A garrafa pode durar semanas após aberta.

Colheita
Engloba vinhos de apenas uma colheita, com estágios em madeira nunca inferiores a 7 anos. A complexidade aromática é dominada por frutos secos, madeira e especiarias. Com o tempo, a cor dourada tende a apresentar reflexos esverdeados.

Com indicação de idade
Obtido através de vinhos de diversos anos, que estagiaram diferentes períodos de tempo. A média de idade corresponde ao indicado no rótulo – 10, 20, 30 e 40 anos. A qualidade aumenta e ganha novas tonalidades à medida que os anos avançam.

Doçura:
Em termos de doçura, o Vinho do Porto pode ser muito doce, doce, meio-seco, ou extra seco. A doçura do vinho constitui uma opção de produção, condicionada pelo momento de interrupção da fermentação.

Este texto foi adaptado do Guia de Vinhos oferecido pelo Expresso, com produção Boa Cama Boa Mesa, sábado, dia 30 de outubro de 2021.

Acompanhe o Boa Cama Boa Mesa no Facebook, no Instagram e no Twitter!

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: bcbm@impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas