Uma viagem junto ao Tejo entre flamingos, sal e plantas saudáveis (VÍDEO)
Na vila desde sempre dedicada à salicultura artesanal resiste hoje apenas uma salina em laboração. Mas há quem teime em preservar a atividade e a biodiversidade que está nas origens de Alcochete. “Da terra à mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante
História e tradições de Alcochete estão profundamente ligadas ao rio Tejo e às Salinas do Samouco, ponto de partida para a descoberta de uma herança cultural unida a um património natural único. Na zona ribeirinha, descubra três percursos, desenhados pela Fundação para a Proteção e Gestão Ambiental das Salinas do Samouco. O complexo de salinas temum polo de educação ambiental e um pomar biológico, mas ao longo dos trilhos a observação de aves é um dos pontos altos do passeio. Para além das aves, encontra ainda 11 burros mirandeses, uma raça portuguesa em vias de extinção que fazem o controlo da vegetação natural.
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Rara é também a extração de sal em Alcochete, que remonta ao século XIII: “destes 360 hectares que eram compostos por 56 salinas resta uma única, que mantém a tradição e a cultura viva do povo de Alcochete”, explica André Batista das Salinas do Samouco (Complexo das Salinas do Samouco, Alcochete. Tel.: 212 348 070).
É do sal que se alimentam diversas massagens do Praia do Sal Resort(Passeio das Caravelas, Alcochete. Tel.: 212 343 165), um alojamento com 89 apartamentos, entre tipologias T0 e T3, todos equipados com kitchenette, que convida a olhar o Tejo. No restaurante da unidade usam-se produtos locais, como as plantas halofitas cultivadas nas proximidades.
As halófitas, que têm a salicórnia como variedade mais conhecida, são plantas comestíveis tolerantes à salinidade e que muitos apontam como alimento do futuro. No Samouco, a Salina Greens aposta num sistema agrícola saudável, resiliente e biológico, que ajuda a promover o desenvolvimento sustentável e uma gestão eficiente de recursos naturais como a água e os solos, em linha com a Politica Agrícola Comum. A aposta passa por promover a biodiversidade local ao mesmo tempo que se respeitam os ciclos da terra e do que dela vai brotando. “Se acompanharmos a paisagem ao longo do ano nós percebemos que existe um ciclo natural, nós respeitamos esses ciclos e ritmos.Existe uma época para a salicórnia, a sacocórnia, o espinafre, a beldroega e por aí fora”, detalha Márcia Pinto, da Salina Greens, onde os produtos mais procurados são as ervas aromáticas zero desperdício e o sal vegetal.
Apoiar a proteção do ambiente e a luta contra as alterações climáticas e contribuir para a consecução dos objetivos da união relacionados com o ambiente e o clima, além de promover o desenvolvimento sustentável e uma gestão eficiente de recursos naturais como a água, os solos e o ar são objetivos da PAC para o período compreendido entre 2023 e 2027.
A vila de Alcochete era conhecida amém conhecida pelas secas de bacalhau, técnica elogiada no prato forte do restaurante Al-Foz(Av. Dom Manuel I, Alcochete. Tel.: 212 340 668), a Caldeirada de Línguas de Bacalhau com ovo escalfado.
“Da Terra à Mesa” é um projeto Boa Cama Boa Mesa que dá a conhecer os produtos portugueses a partir de histórias inspiradoras e de sucesso, desde a produção até ao consumidor, em casa ou no restaurante.