A nesga do CDS
Ao mudar a liderança o CDS pode diferenciar-se do PSD sem ter de resolver o debate um pouco bizantino da escolha entre o caminho identitário ou pragmático. Distingue-se do PSD porque o PSD fica a carpir as mágoas do passado, com um líder evidentemente desgastado, enquanto o CDS surge rejuvenescido a falar do futuro. Desse ponto de vista, o corte com Passos através da exigência de demissão de Carlos Costa é taticamente inteligente, porque se faz em torno de uma figura que ninguém quer defender. Só que teria de ser feito pela nova líder, não pelo antigo. São precisas duas coisas para que a nesga do desacerto temporal entre o PSD e o CDS seja aproveitada por Cristas: que não seja Portas a apoderar-se do palco e que Assunção tenha qualquer coisa de novo para dizer. Com exceção do debate sobre a regulação, o discurso de ontem repetiu, com algumas nuances, algumas das principais bandeiras políticas de Passos e Portas