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Entrevista aos Mayhem, a mais importante banda de black metal: “Podem manter as tatuagens até ao fim das vossas vidas. Nunca iremos mudar”

Mayhem: Necrobutcher à direita
Mayhem: Necrobutcher à direita

A celebrar 40 anos de carreira, os Mayhem regressam em breve a Portugal para um concerto no Vagos Metal Fest, que se realiza de 31 de julho a 3 de agosto. À BLITZ, Jørn Stubberud, mais conhecido como Necrobutcher, único elemento original do grupo, explicou o que podem os fãs esperar desse espetáculo, ao mesmo tempo refletindo sobre a longa carreira, as tragédias que assolaram a banda, a influência do black metal, incluindo no hip-hop, e até o gosto pelos Talking Heads

Dentro do black metal, não há banda mais consagrada do que os Mayhem. Pudera: foram os primeiros a fazer música rotulada como tal, lançando um EP, “Deathcrush”, em 1987, ao qual sucedeu uma das maiores obras-primas do género, “De Mysteriis Dom Sathanas”, em 1994. Pelo meio, toda uma panóplia de histórias escabrosas: o suicídio de um vocalista (Dead), o homicídio do guitarrista e co-fundador da banda (Euronymous) às mãos de uma outra alta figura do black metal norueguês (Varg Vikernes, o homem por detrás do projeto Burzum), a ligação a figuras que, no início dos anos 90, aterrorizaram aquele país escandinavo ao incendiar várias igrejas espalhadas pelo país.

Tudo somado, ninguém esperaria que os Mayhem durassem tantos anos; que tenham chegado aos 40 é sinal de resiliência de uma banda que marcou como poucas a história do heavy metal, em todas as suas vertentes. De uma banda, e de um homem, o baixista Jørn Stubberud, mais conhecido como Necrobutcher. Nos dias que correm, é ele o único membro original do grupo, que se encontra a trabalhar no seu sétimo álbum de estúdio, sucessor para “Daemon”, de 2019.

É ele quem fala à BLITZ, num tom que trai a imagem pública que se possa ter de uma banda como os Mayhem (ou dos metaleiros em geral, para quem está fora da cena): afável, conversador, pontuando citações mais humorísticas com uma gargalhada contagiante. Apesar de tudo o que ainda se conta, no cerne da música feita pelos Mayhem está também um forte sentido de humor - negro, como as paisagens que constroem através das suas guitarras e blastbeats. Mais que as histórias de sangue, os Mayhem são uma banda histórica, influenciaram uma vasta panóplia de artistas subsequentes (incluindo em terrenos tão díspares quanto o hip-hop), e estão prestes a mostrá-lo em nova incursão por terras lusas, para um concerto no Vagos Metal Fest, a 2 de agosto. Citando ‘Pagan Fears’, o passado está vivo. Bem vivo.

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