Estudou cinema e é amante de literatura, mas foi na música que começou por se destacar há cerca de dez anos, com a canção ‘Quando Bate Aquela Saudade’, que se tornou um êxito no Brasil.
Natural do estado do Rio de Janeiro e batizado como Rubel Brisolla, tem quatro álbuns, uma nomeação para os Grammys Latinos e numerosos concertos no currículo. Em novembro, regressa a Portugal para apresentar o novo “Beleza. Mas agora a gente faz o quê com isso?” no Theatro Circo, em Braga, no dia 18; no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a 20, e na Casa da Música, no Porto, a 23. À BLITZ, contou como um elogio de Valter Hugo Mãe foi mais importante, para si, do que um Grammy.
O título do seu novo disco, “Beleza. Mas agora a gente faz o quê com isso?” é intrigante. Como teve essa ideia?
Bom, ele tem várias camadas. A ideia surgiu do livro de um escritor carioca contemporâneo [Gabriel Abreu] que se chama “Triste não é ao certo a palavra”. Esse título deixou-me muito intrigado antes mesmo de ler o livro, porque me despertou muitos questionamentos e perguntas: se triste não é ao certo a palavra, qual é a palavra certa? E quem está sentindo essa tristeza, ou algo que se assemelha à tristeza? E a quem é que essa pessoa está contando essa frase? É um título que já te coloca dentro de uma cena dramática, através de uma frase que é longa e pouco usual para um título de obra. Achei esse mecanismo muito interessante e quis encontrar uma frase que despertasse esse tipo de curiosidade/estranheza. Acho que há um elemento pop em ambos os títulos. Li várias frases e cheguei a essa pergunta - “Beleza. Mas agora a gente faz o quê com isso?” - que tem todos esses elementos. Para mim, também era interessante o facto de serem duas frases, porque o ponto final, depois de “Beleza”, marca o encerramento da primeira frase. Eu não me lembrava de ver um nome de disco que tivesse duas frases, que tivesse um ponto final e uma interjeição. Perguntas existem em títulos de livros, mas duas frases não me lembro.
No fundo, dá a ideia de impasse, certo? Como quem diz “OK, muito bem, mas para onde é que vamos agora?”
Sim, e tematicamente esse impasse dialoga com muitas questões que estão no disco.
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