A Câmara Municipal de Coimbra aprovou, por maioria, um grande apoio financeiro à Everything Is New pela realização do espetáculo dos Guns N' Roses na cidade. A oposição criticou o que diz ser “uma subvenção direta a uma operação privada”
A Câmara Municipal de Coimbra aprovou apoios no valor de 450 mil euros à promotora Everything Is New, para a realização do concerto dos Guns N' Roses no Estádio Cidade de Coimbra, a 6 de junho.
Segundo o “Diário de Coimbra”, a um apoio financeiro de 125 mil euros acrescem 325 mil euros em apoios indiretos. A medida foi aprovada por maioria, com os votos a favor da coligação Juntos Somos Coimbra, que reúne o PDS, CDS, NC, PPM, Aliança, RIR e Volt. O PS e a CDU votaram contra.
Com estes apoios, a Everything Is New estará isenta de pagamentos referentes à utilização do Estádio, entre os dias 19 de maio e 10 de junho. Está igualmente prevista a substituição do relvado e sistemas de rega, limpeza dos espaços ajardinados, disponibilização de baias e gradeamentos, apoio à comunicação e promoção, isenções de licenças de ruído e um recinto improvisado e ocupação de espaço público.
Para Francisco Veiga, vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, o concerto dos Guns N' Roses “enquadra-se na estratégia de promoção e valorização turística do concelho, reforçando o posicionamento de Coimbra na organização e acolhimento de grandes eventos internacionais, com impacto na economia”.
“Estes eventos são mais do que momentos de mera diversão; são verdadeiros motores com impacto na dinamização do turismo, que tendem a ser um impulso estruturante no apoio ao setor da restauração e hotelaria, atuando como catalisadores do comércio local e regional”, continuou.
Os vereadores do PS criticaram a ausência de explicações para estes valores. “Nos Coldplay, o apoio foi de 110 mil euros, agora são 125 mil”, frisou Regina Bento. “Podemos projetar uma receita bruta superior a quatro milhões de euros, totalmente para a entidade privada e sem qualquer retorno financeiro ao Município. É uma subvenção direta a uma operação privada”, acrescentou.
Já Francisco Queirós, da CDU, afirmou que “não é justificável um apoio direto tão significativo a uma empresa de produção de espetáculos, que domina este setor de negócios e que obteria, mesmo sem qualquer financiamento municipal, elevados lucros pela realização do concerto”.
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