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Em dia de dérbi na Luz, os Pixies golearam no Campo Pequeno: a crónica de um concerto à moda antiga

Pixies no Campo Pequeno, Lisboa
Pixies no Campo Pequeno, Lisboa
Rita Carmo

O fim da noite de sábado foi passado no Campo Pequeno com o histórico quarteto de Boston, responsável pela banda sonora de adolescências de várias gerações. Como é da praxe – e este é já o 13º concerto dos Pixies em Portugal –, o concerto desenrolou-se em formato quase litúrgico: duas horas sem interrupções num fluxo contínuo de memória, sem cortesias encenadas ou palavras além das que foram cantadas. Tudo como dantes

Venerados pelos Nirvana, considerados uma das maiores bandas do fim dos 80’s, início dos 90’s, os Pixies regressaram a Portugal para marcar hat-trick: apresentar o novo álbum, “The Night the Zombies Came”, 35 anos de “Doolittle”(celebrados no ano passado), e 20 desde que reataram atividade no palco principal do festival Coachella, depois de um hiato de uma década. Esse interregno, longe de ter sido um eclipse, revelou-se decisivo para sedimentar o estatuto de banda de culto. À nossa frente, no Campo Pequeno, em Lisboa, a (já) eterna união improvável de personalidades díspares unidas por afinidades inesperadas como o amor tanto pelos Hüsker Dü como por Peter, Paul & Mary.

A abertura coube aos britânicos The Pale White, trio de indie rock de Newcastle que apresentou temas de “The Big Sad”, lançado no mês anterior. Canções como ‘Nostradamus’ e ‘Final Exit’ prepararam o público para a descarga que se seguiria, e os próprios músicos declararam o privilégio de partilhar o palco com “a nossa banda favorita”.

O vocalista Black Francis, que na maior parte da entretanto abandonada carreira a solo foi Frank Black, entra discretamente, quase tímido, acompanhado por dois membros da sua banda de sempre, Joey Santiago (guitarra) e Dave Lovering (bateria), mas também com uma nova aquisição. Trata-se de Emma Richardson, baixista do grupo desde 2024, que tem uma missão hercúlea: substituir ao mesmo tempo Paz Lenchantin, que deixou a banda no ano passado, e ‘simular’ a fabulosa Kim Deal, alma fundadora e irrecuperável cuja ausência, ainda que atenuada com sucessoras exímias, é sempre notada.

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