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Não é só um concerto, é um comício: no Theatro Circo, os Mão Morta vociferam contra o culto da morte

Mão Morta ao vivo no Theatro Circo, Braga, 18 de janeiro de 2025
Mão Morta ao vivo no Theatro Circo, Braga, 18 de janeiro de 2025
Lais Pereira/Theatro Circo

A jogar em casa, os Mão Morta estrearam o espetáculo “Viva La Muerte!” ao Theatro Circo, expondo o perigo real que é o fascismo de uma forma absolutamente direta e por que razão as subtilezas têm que ficar para trás. Uma hora de coros, guitarras rock e caricaturas, uma hora presente e nada de passados, nem dos seus próprios passados: hoje, os bracarenses estão bem e recomendam-se

Em 1993, os Mão Morta levaram a viagem de “Mutantes S.21” ao Theatro Circo, num concerto que ficou para sempre marcado pela destruição total de que a sala foi alvo, o género de acontecimento que gera mitologias em torno de determinadas bandas. Mais de 30 anos volvidos e essa destruição, que pouco mais era que prova de existência num país ainda a compor a sua democracia, já não se verifica; não só porque quem hoje acompanha a banda de Braga são essencialmente os jovens de outrora, mas porque a destruição intrínseca ao capitalismo tardio não é de vida, mas de morte. Perante esta era em que um espectro nos ronda, e que não é o de Marx - é talvez o medo de Marx o que alimenta este novo espectro - os Mão Morta foram ao baú da ironia sacar “Viva La Muerte!”, título do seu novo álbum e espetáculo onde, Adolfo Luxúria Canibal dixit, se propõem “denunciar o impulso de morte que grassa no ar dos tempos”.

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