Concertos de 2024 para recordar: o imaculado livro de memórias dos Pulp no Primavera Sound Porto

23h25 de sábado à noite, Parque da Cidade do Porto. Os Pulp acabaram de sair do melhor palco do Primavera Sound Porto, aquele relvado amplo que até 2022 era o maior espaço do festival, o mesmo que no dia anterior esteve em pousio forçado (para desespero dos fãs dos Justice). Na cabeça ressoam, infalivelmente, todos os versos e todas as voltas de ‘Common People’, a canção que em 1995 colocou a banda de Jarvis Cocker finalmente nos ouvidos de muita gente e no pódio do que se convencionou chamar britpop, estilística que esta gente de Sheffield soube ultrapassar, até por antiguidade: o primeiro álbum, “It”, data de um impossível 1983. Assim acabou um concerto que, em perfeito juízo, consideraremos exemplar, daqueles que ficarão gravados no quadro de honra de um festival, de um ano, talvez de algumas vidas. O ‘culpado’ disto? Jarvis Branson Cocker, 60 anos, o homem com mais pinta para lá do Canal da Mancha.