Em 1980, Jon Hassell lançou um álbum com Brian Eno - “Fourth World, Vol. 1: Possible Musics” - onde explanou o seu conceito de “música do quarto mundo”, melhor entendida como uma fusão entre o primitivo e o futurista, entre as músicas ditas “étnicas” e a instrumentação moderna, entre instrumentos tradicionais e técnicas ocidentais. André 3000 (que não se deixou fotografar pelos órgãos de comunicação social presentes no Vodafone Paredes de Coura, o que lamentamos), a julgar por “New Blue Sun”, o disco que lançou em 2023 e que o viu trocar os versos do hip-hop que fazia nos OutKast pela flauta e por territórios new age, poderia muito bem ser um discípulo de Hassell: em palco, nomeadamente no do festival Vodafone Paredes de Coura, onde atuou esta quarta-feira, o que se escuta parece vindo de uma tribo perdida, adaptado para um contexto moderno.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: pacecilio@blitz.impresa.pt