Acaba de chegar às plataformas de streaming a canção ‘Por Nos Darem Tanto’, novo single de Ana Bacalhau.
A canção foi escrita por A Garota Não e versa sobre as conquistas das mulheres portuguesas, que durante a ditadura eram consideradas propriedade dos pais e maridos. Neste tema, produzido por João Só e ilustrado com um vídeo de Rita Seixas, Ana Bacalhau agradece às mulheres que proporcionaram às novas gerações uma vida melhor.
Em comunicado, a cantora congratula-se com a “dádiva da liberdade” e pelos caminhos “mais largos e livres” trazidos pelo 25 de Abril, defendendo um futuro “em que mulheres e homens constroem um mundo melhor, lado a lado, de igual para igual”.
Por seu turno, Cátia Oliveira (A Garota Não), explica que com Ana Bacalhau partilha “um lugar comum de desafio, força e combate”, onde cabem “histórias de quem cerrou os dentes e deu o seu melhor”.
“Nunca tínhamos falado mas a Ana é familiar. Não pela linha de sangue mas pelo canal do ouvido. Há muito que lhe conhecemos o timbre, o riso, a palavra generosa. Fiquei feliz quando me ligou”, acrescenta a cantora-compositora de Setúbal.
Na capa do single, da autoria de João Pombeiro, surgem imagens de mulheres de várias gerações, acompanhadas por frases e leis do antes e pós-25 de Abril.
O novo álbum de Ana Bacalhau deverá sair no último trimestre deste ano.
“Por Nos Darem Tanto”, de Ana Bacalhau com letra de A Garota Não
Já não preciso de autorização para viajar
Passaporte já não diz que a casa é o meu lugar
E posso abrir todas as contas que’o meu salário der
Se houver dinheiro não importa se sou homem ou mulher
E o contraceptivo já não pede a sua a licença
Nascer mulher é uma bênção, não uma sentença
E só vou dormir com quem quiser, e se me der vontade
A maior empresa que há na vida é a liberdade
E eu não quero a tua proteção, quero o teu respeito
Quero fazer junto lado a lado, e fazer bem feito
E a quem perdeu, a quem lutou, a quem rasgou o manto
Vai um abraço infinito por nos darem tanto
Já não preciso de autorização pra me levantar
E gosto ainda mais do meu domingo quando vou votar
Já não vou à missa nem confesso, que pequei de mais
É que eu vim cheia de sonhos, e os sonhos são arsenais
E eu não quero a tua proteção, quero o teu respeito
Quero fazer junto lado a lado, e fazer bem feito
E a quem perdeu, a quem lutou, a quem rasgou o manto
Vai um abraço infinito por nos darem tanto
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