A organização do festival da Eurovisão insurgiu-se contra “campanhas concertadas nas redes sociais” contra os concorrentes da edição deste ano, presumivelmente dirigidas a Eden Golan, a representante de Israel.
Em comunicado, a União Europeia de Radiodifusão (UER) admitiu que a edição de 2024 do concurso “tem provocado opiniões e sentimentos muito fortes, à luz de uma guerra terrível no Médio Oriente”. “As pessoas querem debater e expressar os seus pontos de vista em relação a este assunto”, acrescenta a UER, que diz que isso não pode ser feito através de “campanhas concertadas nas redes sociais”
Ainda que não tenha apontado especificamente qualquer dos artistas que atuam este ano na Eurovisão, o “The Guardian” escreve que este comunicado poderá referir-se às ameaças de morte de que Eden Golan tem sido alvo, sobretudo no Instagram.
A UER afirma “apoiar a liberdade de expressão e a liberdade de exprimir a sua opinião numa sociedade democrática”, mas opõe-se “firmemente a qualquer forma de abuso online, discurso de ódio, ou assédio” contra os seus artistas “ou quaisquer indivíduos associados ao concurso”.
Na sequência da guerra em Gaza, que matou mais de 30 mil palestinianos, na sua maioria civis e um número considerável de crianças, muitas foram as vozes que se levantaram a exigir um boicote à participação de Israel no concurso. A UER refere ainda, no comunicado, que “a decisão de incluir um qualquer radiodifusor, incluindo a israelita Kan, no concurso é responsabilidade única da UER, e não dos artistas”.
“Estes artistas vêm à Eurovisão para partilhar a sua música, a sua cultura e uma mensagem universal de união através da linguagem da música”, remata.
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