Na sua mais recente passagem pelo Posto Emissor, podcast da BLITZ, Manel Cruz refletiu sobre a curiosa discrepância entre o seu traço na ilustração, a primeira arte que desabrochou em si, e na música. Se nos desenhos que começou por criar em tenra idade, e aos quais ainda dedica tempo e inspiração, o seu traço é tendencialmente expansivo, geralmente garrido e ocasionalmente grotesco, nas canções a sua voz revela-se mais introvertida. E foi esse traço mais fino, delicado até, que esta quarta-feira vingou na Casa da Música, no Porto, na segunda de duas noites esgotadas na Sala Suggia. Sozinho com as suas palavras e as suas ideias, perante o seu público e as suas pessoas (na plateia encontravam-se os seus pais e irmãos, bem como vários companheiros de palco), Manel Cruz mostrou-se seguro e confortável na partilha dessa natureza mais virada para dentro, que se tem vindo a acentuar no percurso a solo.
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