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Eurovisão: nórdicos querem Israel fora do festival

Noa Kirel, representante de Israel no Festival da Eurovisão em 2023
Noa Kirel, representante de Israel no Festival da Eurovisão em 2023
Getty Images

Cresce o número de iniciativas que pedem um boicote da Eurovisão a Israel, na sequência da guerra em Gaza

Vários artistas finlandeses e islandeses juntaram as suas vozes às de ativistas noruegueses, que exigem um boicote do Festival da Eurovisão a Israel.

A União Europeia de Radiodifusão (UER), recorde-se, tem recebido inúmeras críticas desde dezembro, altura em que aprovaram a participação de Israel no evento que este ano se realiza em Malmö, na Suécia, de 7 a 11 de maio. Para a UER, a Eurovisão é uma competição “apolítica”, que junta “radiodifusores, e não governos”. “Há 50 anos que a televisão pública israelita participa no concurso”, acrescenta.

Uma nova petição juntou, agora, mais de 1400 artistas finlandeses e islandeses, que se insurgem contra a presença de Israel na Eurovisão. Recentemente, o governo da África do Sul moveu uma ação contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça, em Haia, acusando aquele país de crimes de guerra e de estar a cometer um genocídio contra o povo palestiniano.

“Não vai de encontro aos nossos valores dar a um país que comete crimes de guerra, e que continua a ocupar militarmente [a Faixa de Gaza], um palco onde possa lavar a sua imagem em nome da música”, pode ler-se na petição, citada pela “Euronews”. Entre os artistas que já a assinaram está Axel Ehnström, que representou a Finlândia na Eurovisão em 2011.

Para estes artistas, se a UER não impedir a participação de Israel, deverá ser a Yle, a televisão pública finlandesa, a boicotar o evento. Muitos dos que assinaram a petição criticam o que consideram ser “dois pesos e duas medidas” por parte da Yle, que foi das primeiras a exigir um boicote à Rússia, em 2022, na sequência da invasão à Ucrânia.

Um grupo de ativistas pró-palestinianos noruegueses juntou-se, no passado fim de semana, à porta da sede da NRK, a televisão pública daquele país, exigindo uma ação do governo e da própria estação contra a participação de Israel na Eurovisão. Por seu turno, a NRK afirmou que essa é uma tarefa “impossível”.

A Associação Islandesa de Compositores e Liricistas, por seu turno, informou a RUV, televisão pública daquele país, que os seus membros não iriam tomar parte no Söngvakeppnin, concurso anual local de onde sai o representante da Islândia no Festival da Eurovisão. Esta associação deu também como exemplo o boicote à Rússia.

Em resposta a estas exigências, o embaixador de Israel na Suécia, Ziv Kulman, anunciou que o seu país foi, “no passado dia 7 de outubro, brutalmente atacado por uma organização terrorista perversa, que clama abertamente pela aniquilação” de Israel. “Promover um boicote a Israel é apoiar as ações do Hamas, é dar um prémio ao terrorismo e é incompatível com os valores da UER e da própria competição”, acrescentou.

Israel, que à semelhança de todos os países mencionados ainda não escolheu o seu representante para a edição deste ano da Eurovisão, participa no concurso desde 1973. O país venceu o evento por quatro ocasiões, a última das quais em 2018, quando a Eurovisão se realizou em Lisboa.

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