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“O António Variações tinha muito potencial, mas era um problema. Como trabalhar alguém assim?”: 40 anos de “Dar & Receber”, o disco do adeus

António Variações
António Variações
Warner Music

Lançado em vésperas do desaparecimento de António Variações, o álbum que continha a eterna ‘Canção de Engate’ contou com músicos dos Heróis do Mar na definição de um mundo de contrastes que garantiu ao barbeiro-cantor minhoto o seu lugar no futuro, mesmo sem o saber. “Nem sei se [ele] chegou alguma vez a ouvir o disco terminado”, conta Carlos Maria Trindade, recordando o culminar de um projeto encetado nas primeiras semanas do ano da morte do artista, 1984

Portugal andava triste, em 1984, a braços com uma crise económica que empurrava o país para um contraciclo com o resto da Europa, que à época registava considerável crescimento em quase todos os territórios. O bloco central no governo, com Ernâni Lopes aos comandos das finanças públicas, apertava o cinto à jovem democracia e a vida lá ia seguindo, lenta e difícil, em direção ao futuro. Curiosamente, nesse ano, no dia 13 de junho, o Portugal pop perdia aquele que se tinha afirmado no brevíssimo par de anos anteriores como um dos seus mais modernos símbolos. António Variações desapareceu, vítima de complicações provocadas pelo HIV, pouco tempo depois de ter surgido de rompante na cena musical portuguesa, autêntica supernova que brilhou mais que todos os outros astros da época, mas que teve vida demasiado curta para o talento, tão desmedido quanto singular, que expressou em dois álbuns que ainda hoje servem de molde à mais arrojada pop nacional.

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