Não precisamos de estar com grandes rodeios: quando procuramos alguém capaz de continuar o peculiar legado pop da islandesa Björk, o primeiro nome que nos vem à cabeça é o de Karin Dreijer. Em 2014, os suecos Knife, duo partilhado com o irmão, Olof Dreijer, deixaram um gigante vazio ao anunciar que se separariam, concluída a digressão do desafiante álbum “Shaking the Habitual”. Três anos depois, Karin trazia de volta à vida Fever Ray, alter ego com o qual iniciara o seu percurso a solo, no final da década anterior, dando voz a preciosidades como ‘If I Had a Heart’ ou ‘Keep the Streets Empty for Me’. O titânico segundo capítulo dessa aventura solitária, intitulado “Plunge”, deixava-se enredar pela politização do desejo, com as canções a irromperem de sintetizadores arrojados e colaborações com novos parceiros, entre os quais se destacava a DJ e produtora portuguesa Nídia. Seis anos volvidos, “Radical Romantics” aposta na desconstrução do amor como estratégia para melhor compreender as suas pétalas lúbricas e, também, as suas espinhosas ciladas.
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