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Slow J puxa-nos pelo colarinho para nos abraçar: “Afro Fado” é um dos álbuns do ano

Slow J
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MadeInLx

Destacando-se como uma das vozes mais audaciosas da sua geração, Slow J imagina em “Afro Fado”, o seu terceiro álbum, novos recantos para a música feita numa “Tuga retangular”. “Meu pânico é acabar/ em frente a uma porta no topo/ com o money no bolso/ sem ter dito nada de mim ao meu povo”, canta, entre certezas e inseguranças. Esse risco, garantimos, já não corre.

“Afro Fado” é um álbum ambicioso, tão ambicioso que o resultado podia ter sido desastroso. Não foi, antes pelo contrário. Essa orgulhosa ambição, que não é de somenos importância num país onde ainda se joga demasiado pelo seguro, fica plasmada, desde logo, no nome que Slow J escolheu para este seu terceiro longa-duração. O músico de 31 anos carrega as suas raízes portuguesas e angolanas umas milhas mais à frente em “Afro Fado”, construindo pelo caminho, em 14 geniais canções, novos lugares de pertença para uma música que se quer portuguesa, mas ainda renega ou dá pouco valor a muito daquilo que ajuda a construir essa sua identidade. Simultaneamente, essa arrojada diretriz é contrabalançada por um intimismo comovente, nascido da forma como Slow J cria música: como reflexão sobre o que se passa na sua vida.

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