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Zé Ibarra em entrevista: “Os vídeos estão mais pequenos, mas os concertos continuam grandes. Com outro humano à frente, não nos cansamos”

Zé Ibarra em entrevista: “Os vídeos estão mais pequenos, mas os concertos continuam grandes. Com outro humano à frente, não nos cansamos”

De volta a Portugal para um concerto este domingo, o brasileiro Zé Ibarra falou com a BLITZ sobre a intensidade da sua música, a experiência de ter tocado com Milton Nascimento (“Talvez a maior voz que já apareceu na terra”) e a emoção à solta nos seus concertos. “No meio de tanta correria, anestesia e fuga, poder parar é bonito. É primordial, é primitivo, é a coisa a ser feita à nossa frente”

Zé Ibarra em entrevista: “Os vídeos estão mais pequenos, mas os concertos continuam grandes. Com outro humano à frente, não nos cansamos”

Lia Pereira

Jornalista

Nascido no Rio de Janeiro há 27 anos, Zé Ibarra começa a angariar numerosos admiradores em Portugal, quer com a sua banda, os Bala Desejo, quer a solo, graças ao disco “Marquês, 256”, que gravou no vão das escadas do seu prédio, durante a pandemia, e lançou no passado mês de maio. O trabalho com Milton Nascimento, o esforço “de atleta” que faz para parecer que canta com facilidade e os intensos planos para o futuro próximo foram temas desta conversa. No domingo, 1 de outubro, Zé Ibarra atua no Teatro Narciso Ferreira, em Famalicão, às 18h00.

Esteve em Portugal em maio, para seis concertos de norte a sul. Como correu essa pequena digressão?
Foi surpreendente, para mim. Pela quantidade de gente, primeiramente. E, mesmo antes disso, pela vontade das pessoas estarem ali, acompanhando a parada. Nós nunca sabemos como vamos impactar as pessoas, e quando a coisa faz sentido, é muito feliz. Eu não faço discos a pensar ser alguma coisa, não penso que vou entregar certa coisa, para certo público. Eu faço porque é o que sai, é o que vem. Quando acaba por fazer sentido para os outros, é muito feliz. Havia muita gente nos concertos, em Portugal, e eu fiquei muito feliz com tudo. Por me jogar sozinho e por ser tão interessante quanto com a galera [a sua banda, Bala Desejo].

É interessante para si, sentir uma energia diferente nos concertos a solo? Os espetáculos com Bala Desejo são muito mais festivos…
É engraçado porque, antes de existir Bala Desejo, já era assim. Os Bala é que são novidade, nós já fazíamos as coisas sozinhos muito antes. A banda é que surgiu como uma maravilhosa rutura. Os Bala são um lugar onde eu experimento uma certa segurança, de estar com os meus amigos... as músicas já são muito conhecidas e o público é sempre festivo. É um show festivo, dançante, é sobre o corpo. E o meu show não é exatamente sobre isso. É outra subjetividade. Mas é bom, porque vamos ficando artistas cada vez mais flexíveis. Eu tocava com o Milton [Nascimento], e aí era uma coisa. Nos Bala sou outra... Eu adoro essa elasticidade de facetas. Há músicas para chorar, outras para pular, umas para celebrar, outras para ficar com raiva... é uma linguagem infinita. Acho legal não ser uma coisa só.

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