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O concerto real e humano dos Blur no festival MEO Kalorama: ninguém gosta de bandas que fazem tudo bonitinho

Blur no Meo Kalorama 2023
Blur no Meo Kalorama 2023
Rita Carmo

Na última paragem da digressão europeia do inesperado “The Ballad of Darren”, os Blur permitiram-se brincar, relaxar, e até improvisar, sem perder o tino mesmo quando tudo parecia, aqui e ali, poder descambar. Com um Damon Albarn num registo de displicência empática, o grupo inglês deu em Lisboa um concerto diferente daquele que, em junho, lhe vimos no Porto. Menos perfeito, talvez mais humano

O concerto real e humano dos Blur no festival MEO Kalorama: ninguém gosta de bandas que fazem tudo bonitinho

Rita Carmo

Fotojornalista

Quando, a 10 de junho, os Blur serviram no Porto um generoso ‘banquete’ em jeito de ‘best of’ no Parque da Cidade do Porto, os elogios não tardaram (e foram merecidos). Dizíamos, então, que o grupo, entretanto reunido e com um álbum novo no horizonte, “fê-lo com uma simplicidade desarmante para quem já foi (e porventura ainda será) campeão da ‘liga inglesa’: sem adornos, distrações ou ‘delusions of grandeur’”. Não se retira uma palavra, mas é bom assinalar, oitenta dias volvidos, que o espetáculo do Porto era um ‘matar de saudades’, após ausência de quase oito anos de terras nacionais (e de todos os palcos, de resto). Havia um encontro de expectativas. No Porto, o reencontro ansioso, emotivo, os suspiros em uníssono; em Lisboa, com novo álbum vertido e incensado (um “The Ballad of Darren” em que a candura da meia-idade não é mera manobra de charme), regressamos a uma certa normalidade na relação: esta é não só uma banda com uma história para recordar, mas também com um presente que se quer provar fecundo. Na Bela Vista, reconheça-se, o público fez-se difícil.

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