Quando, a 10 de junho, os Blur serviram no Porto um generoso ‘banquete’ em jeito de ‘best of’ no Parque da Cidade do Porto, os elogios não tardaram (e foram merecidos). Dizíamos, então, que o grupo, entretanto reunido e com um álbum novo no horizonte, “fê-lo com uma simplicidade desarmante para quem já foi (e porventura ainda será) campeão da ‘liga inglesa’: sem adornos, distrações ou ‘delusions of grandeur’”. Não se retira uma palavra, mas é bom assinalar, oitenta dias volvidos, que o espetáculo do Porto era um ‘matar de saudades’, após ausência de quase oito anos de terras nacionais (e de todos os palcos, de resto). Havia um encontro de expectativas. No Porto, o reencontro ansioso, emotivo, os suspiros em uníssono; em Lisboa, com novo álbum vertido e incensado (um “The Ballad of Darren” em que a candura da meia-idade não é mera manobra de charme), regressamos a uma certa normalidade na relação: esta é não só uma banda com uma história para recordar, mas também com um presente que se quer provar fecundo. Na Bela Vista, reconheça-se, o público fez-se difícil.
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