“Meu bem, não chore”, canta Tim Bernardes, 32 primaveras de talento e sensibilidade, no palco grande do Vodafone Paredes de Coura, na hora mágica do final de tarde. No ecrã gigante, as câmaras projetam a imagem de alguém que decidiu fazer exatamente o contrário do que lhe disse o trovador: abraçada a uma amiga, a rapariga desaba em lágrimas. A fazer fé nos concertos que já vimos do músico brasileiro, a espectadora estaria ‘apenas’ comovida com as canções do rapaz que, nesta tarde nublada mas quente, subiu ao palco de gorro peludo. É uma reação comum nos espetáculos do homem que, algo jocosamente, se apresenta como praticante do género musical “sofrência indie”. E esta tarde, perante uma plateia que se espraiou colina fora e, no final, se ergueu para aplaudi-lo, a comoção poderá ter sido mútua.
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