Muito se fala sobre a importância das primeiras impressões, mas - nos concertos como na vida -, as últimas impressões podem, também, determinar a memória que retemos de certa experiência ou pessoa. Poderá vir a ser esse o caso do concerto de Father John Misty no Super Bock Super Rock, esta quinta-feira. Pela primeira vez em Portugal desde a passagem por Paredes de Coura, um ano antes do pousio pandémico, Josh Tillman trouxe ao Meco um espetáculo algo contraditório. “Chloe and the Next 20th Century”, o seu mais recente álbum, lançado no ano passado, serviu de pretexto à visita, mas dele se escutou apenas um tema - ‘The Next 20th Century', que abriu o concerto de forma tão desacelerada que, a nosso lado, alguém comentou com o amigo: “Preciso de uma ganza, carago”. Seguiu-se um alinhamento em modo “grandes êxitos” (e, para a plateia que esta noite se reuniu frente ao palco Pull & Bear, cada canção de Misty é um sucesso), mas nem o palpável entusiasmo do público fez com que o ambiente aquecesse. Até que, na reta final do espetáculo, tudo mudou.
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