Antes de entrar em palco, num rigoroso e elegante preto integral, Legendary Tigerman, que nesta matiné apresentou pela primeira vez as canções do vindouro “Zeitgeist”, disse-nos estar feliz por tocar a esta hora. Rodeado pelos pinheiros mansos do Meco e banhado pela luz dourada do final de tarde, Paulo Furtado, o homem que se tem transmutado na pele de Tigerman, sentia que podia projetar com eficácia o ‘filme’ de “Zeigeist”, álbum que chega às lojas em setembro.
Nascido durante a temporada que o músico português passou em Paris, o sucessor de “Misfit” bebe muito da energia daquela cidade, mas não dos cafés fotogénicos (ou, como se diz em 2023, “instagrammáveis”) ou da imponência da Torre Efiffel. Em vez dessa Paris, Legendary Tigerman deixou-se inspirar pela faceta mais obscura e desconhecida da Cidade-Luz, transportando-a para as canções atmosféricas e cinematográficas do novo disco, em que conta com um elenco de luxo de convidados - e convidadas -, boa parte dos quais marcaram presença no concerto desta tarde.
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