Com o penteado cuidadosamente desmanchado e o “olho de gato” desenhado na perfeição, Angel Olsen fita as suas presas, perdão, os seus fãs com atenção. Visita assídua dos palcos portugueses, a cantora-compositora que no ano passado vimos no Capitólio, em Lisboa, apresentou-se ao final da tarde no palco Heineken, bem recheado para recebê-la. Autora de discos tão cativantes como diversos, Miss Olsen tem-se espraiado, nos últimos tempos (com o álbum "Big Time", de 2022, e o EP "Forever Means", deste ano), por paisagens country-soul que caem que nem ginjas neste pôr-do-sol com o Atlântico por perto. No ecrã ao fundo do palco, vemos passar imagens idílicas, possivelmente do refúgio na Califórnia onde, com o produtor Jonathan Wilson, gravou o álbum mais recente. Ali ao lado, o sol começa a querer deitar-se no mar e, no segundo palco de um grande festival, nasce um pequeno oásis de paz e poesia, a uma hora em que o folclore de Machine Gun Kelly, a frenética tenda eletrónica e o cheiro do pão com chouriço disputam a atenção dos numerosos festivaleiros.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LIPereira@blitz.impresa.pt