Instalava-se o lusco-fusco à beira-Tejo quando, no palco principal do NOS Alive, assoma a figura que, a julgar pela quantidade de t-shirts de Queens of the Stone Age na plateia, a maior parte dos festivaleiros terá vindo ver a Algés: Josh Homme, 50 primaveras celebradas no passado mês de maio, 1,93m de carisma rock and roll ao serviço das fantasias dos fãs que, expectantes, o acolhem com entusiasmo. Fantasias dos fãs e do próprio artista, que a certa altura nos dirá algo como: “não quero saber do que acontece no resto do mundo, eu só me quero mexer como uma cobra gigante. Como se estivéssemos todos juntos, à beira-mar, num grupo de pessoas que se amam e se f*dem.” Quem diz a verdade não merece castigo e, neste regresso a Portugal e ao festival onde atuou em 2018, Josh Homme pareceu especialmente genuíno: no prazer que demonstrou em estar em palco, na gratidão pelo carinho do público (despediu-se dos fãs de forma demorada e visivelmente emocionada) e, acima de tudo, na celebração de todas as coisas rock a que a sua obra convida.
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