Quando, com pontualidade britânica, Joe Talbot entra em palco no NOS Alive, enverga uma fita na cabeça que o aproxima do visual de tenista dos anos 70/80. Exatamente uma hora depois, ao abandonar o maior palco do festival, está ensopado de suor e, apesar da camisa que se lhe cola ao corpo, sorri com orgulho. “Nós fomos os Idles, eu fui uma merda, vocês foram mágicos”, despede-se. Faz parte do seu show, claro está, esta atitude auto-depreciativa que serve na perfeição uma banda que veste a camisola de causas seríissimas com um humor desconcertante e emana uma vibração que fez ‘vítimas’ neste final de tarde com bastante público em Algés. “Isto tem uma energia fabulosa, estou fã”, ouvimos a uma festivaleira que nunca se tinha cruzado com a pandilha de Bristol. Não terá sido a única convertida à “religião” dos Idles, cujas escrituras pregam a paz e o amor, calcam os fascistas (e o rei, mensagem acarinhada pelos muitos espectadores britânicos) e apelam à empatia & aos decibéis como armas de construção em massa.
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