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Nick Cave explica porque vai à coroação de Carlos III: “A rainha foi a mulher mais carismática que conheci. Parecia quase extraterrestre”

Nick Cave
Nick Cave
Rita Carmo

Nick Cave irá marcar presença na coroação de Carlos III, novo rei de Inglaterra, no próximo sábado. “O jovem Nick Cave era, com todo o respeito, jovem e, como muitos jovens, basicamente demente”, explicou o músico, respondendo aos fãs que o acusam de desrespeitar os seus pergaminhos de rebeldia rock and roll

Nick Cave explicou por que razão irá marcar presença na coroação do Rei Carlos III, novo monarca de Inglaterra, no próximo sábado, 6 de maio.

Em resposta aos fãs, que se mostraram indignados com a notícia, o músico australiano escreveu: “Não sou monárquico, nem fã da realeza, nem tão pouco um republicano fervoroso. O que também não sou é indiferente ao mundo e à forma como funciona. Não sou tão comprometido ideologicamente ou tão rabugento que fosse recusar um convite para o que deverá ser o evento histórico mais importante no Reino Unido, no nosso tempo. Não só o mais importante, mas também o mais estranho e mais esquisito.”

“Certa vez, conheci a rainha [Isabel II] num evento no Palácio de Buckingham para australianos promissores a viver no Reino Unido, ou qualquer coisa do género. Foi uma cena estranha, mas a rainha, vestida com um fatinho cor de salmão, parecia quase extraterrestre. Foi a mulher mais carismática que já conheci. Talvez fosse da luz, mas ela irradiava luz. E quando falei à minha mãe - que tinha a mesma idade da rainha e que, tal como ela, morreu com mais de 90 anos - sobre esse dia, ela ficou com os olhos cheios de lágrimas. No ano passado, quando vi o funeral da rainha na televisão, dei por mim, com grande espanto, a choramingar à medida que retiravam a coroa, a esfera e o cetro do caixão e o sepultavam no chão da capela de São Jorge.”

“O que estou a tentar dizer é que, além dos debates intermináveis mas necessários sobre a abolição da monarquia, sinto um afeto inexplicável pela realeza - pela sua estranheza e pela natureza profundamente excêntrica de toda aquela situação, que espelha de forma tão perfeita a estranheza da própria Grã-Bretanha. Sinto-me atraído por esse tipo de coisa - o bizarro, o estranho, o inspirador.”

Nick Cave, que assistirá à coroação enquanto membro da delegação australiana, respondeu também ao fãs que lhe perguntaram o que diria o “jovem Nick Cave” se soubesse que, em 2023, iria juntar-se a este evento.

“Bem, o jovem Nick Cave era, com todo o respeito por ele, jovem, e como muitos jovens, basicamente demente, por isso tenho algumas reservas em usá-lo como modelo para o que devo ou não fazer. Mas era giro, lá isso era. Maluco, mas giro.”

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt

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