Blitz

A emoção de Ana Moura nos Play: "A quem diz que uma fadista não se pode vestir como me visto: ter respeito pelo fado é ter respeito por mim"

Ana Moura
Ana Moura
Rita Carmo

Ao receber o prémio de Melhor Artista Feminina, Ana Moura deixou um recado “às pessoas que dizem que uma fadista não pode tomar as decisões que eu tenho tomado: eu nasci fadista, portanto, sou parte do fado.” A cantora dedicou também o prémio de Melhor Álbum a quatro pessoas já desaparecidas: a sua avó, o seu irmão, a sua prima e o amigo Prince

Grande vencedora da edição deste ano dos Prémios Play, Ana Moura fez um discurso intenso, na hora de receber o galardão de Melhor Artista Feminina.

“Ser distinguida nesta categoria deixa-me extremamente feliz e emocionada. As minhas lutas, nos últimos anos, têm sido grandes, e não resisto a falar de uma luta em particular. Ainda esta amanhã acordei, estava um sol lindo, a minha filhota querida a sorrir para mim e, de repente, abro o Instagram e recebo um ódio gratuito.”

“Antes de mais, queria demonstrar às pessoas que sofrem ódio gratuito todos os dias, quando saem à rua, a minha solidariedade, porque não é fácil. Às pessoas que dizem que uma fadista não pode tomar as decisões que eu tenho tomado ultimamente, que não me posso vestir como me visto, que não posso cantar o que tenho cantado, queria deixar uma mensagem: eu nasci fadista, portanto, eu sou parte do fado. Ter respeito pelo fado é ter respeito por mim, e ter respeito por mim é ser livre: ser uma mulher livre”, afirmou Ana Moura, que recebeu o prémio das mãos de Rita Redshoes e Catarina Furtado.

Mais à frente, Ana Moura mostrou-se surpreendida ao receber o Prémio da Crítica. “Por esta é que eu não esperava!”, exclamou, ao subir ao palco pela segunda vez. “Se me dissessem isto há uns anos, nunca diria que ia receber o prémio da crítica, sinceramente.”

Quando voltou a subir ao palco para receber o prémio de Melhor Álbum, por “Casa Guilhermina”, Ana Moura fez-se acompanhar por Pedro Mafama e Pedro da Linha, seus colaboradores neste disco, agradecendo também a Conan Osiris, outro dos participantes no mesmo.

“Quem diria, com todos os receios que tivemos ao construir este álbum… é um álbum muito especial, onde eu homenageio algumas das pessoas mais importantes da minha vida. E onde reúno todas as camadas que me compõem e fazem de mim a artista que sou. Tenho a certeza que as pessoas que homenageio neste disco, como a minha avó Guilhermina, a minha prima Cláudia, o Prince e o meu irmão estão neste momento naquele mundo paralelo, a fazer um grande brinde com lemoncello e a dançar com ‘Casa Guilhermina’."

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: blitz@impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas