Conheceram-se em 1969, quando Tozé Brito, acabado de entrar na maioridade, entrou nas fileiras do Quarteto 1111, provavelmente o grupo de rock mais importante nascido em Portugal na década de 60, sob a batuta de José Cid. Mais de meio século depois, Tozé e Cid lançam agora um disco onde revisitam um lado menos evidente dos seus percursos. Chamaram-lhe, justamente, “Tozé Cid”, e nele podemos ouvir novas versões de ‘Pigmentação’, ‘João Nada’ e ‘Domingo em Bidonville’, momentos essenciais do primeiro álbum do Quarteto 1111 (1970), canções que aludiam à política do Estado Novo. Ambos falaram sobre esse percurso na mais recente edição do podcast Posto Emissor.
Tozé Brito, que não esteve envolvido nas gravações destes temas mas interpretou-os “numerosas vezes”, realça: “Escrevemos as coisas sabendo perfeitamente o que estávamos a fazer. Estávamos contra um país miserável. Qualquer pessoa que tivesse bom senso, olhava para o país em que vivíamos e [percebia que] isto [só] estava bem para 10 ou 20 famílias.” “É na universidade, em Inglaterra, que aprendo: não é preciso ser marxista para se defender questões sociais. Um verdadeiro social-democrata, para além de ser democrata, tem que ter preocupações sociais. Senão é liberal ou conservador”, acrescenta.
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