Blitz

Chet Faker no MEO Kalorama: um homem e o seu reino

Sozinho em palco com poucos instrumentos e maquinaria, Nick Murphy, aka Chet Faker, fez o seu melhor para criar um certo intimismo no meio do muito ruído potenciado pelo ambiente de after-hours

Depois de Nick Cave dominar o palco principal, coube a outro australiano - Nick Murphy, mais conhecido como Chet Faker - carregar o seu testemunho e manter acesa a chama do MEO Kalorama, que hoje chega ao final.

Perante uma impressionante mancha humana, que se espraiava ao longo de vários metros, o músico de Melbourne teve, porém, alguma dificuldade em obter uma resposta uniforme da multidão. A responsabilidade não foi sua: afinal, ao longo de uma hora, Murphy apresentou, no Palco Colina, várias canções bem conhecidas dos seus seguidores, como ‘The Trouble With Us’, ‘I’m Into You', ‘Talk Is Cheap’, sempre com o empenho possível.

Sozinho em palco com instrumentais pré-gravados, além de uma guitarra elétrica e de um piano elétrico, o artista tentou recriar ao vivo o intimismo dos seus discos, que habitam numa esfera eletrónica/R&B amiúde sentimental. Se lá à frente os maiores fãs reagiam com emoção, nas zonas mais afastadas do palco (e, repetimos, era muito volumosa a multidão) a dispersão era evidente, com muitos espectadores de costas voltadas para o concerto, pondo a conversa em dia.

Alvo de críticas ao longo do festival, o som revelou-se, também, muito deficiente. “Estão a estragar a performance toda ao homem”, queixa-se, a nosso lado, uma espectadora indignada.

Apesar das contrariedades, a versão de ‘No Diggity’, dos Blackstreet, ou a colaboração com Flume, ‘Drop the Game’, uniram boa parte da plateia em redor de um homem que, só com as suas canções, é capaz de operar uma evidente magia. O concerto desta noite teve ainda um bónus: a apresentação de ‘It Could Be Nice', uma canção novinha em folha, estreada há quatro dias, e com forte cariz cinematográfico.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: LIPereira@blitz.impresa.pt

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