Várias mulheres acusam Win Butler, vocalista e 'frontman' dos Arcade Fire, de conduta sexual imprópria.
Num longo artigo publicado pela "Pitchfork", que ouviu as alegadas vítimas durante vários meses, fazem-se contra Butler acusações de interações impróprias de índole sexual ocorridas entre 2016 e 2020. O músico dos Arcade Fire tinha entre 36 e 39 anos, enquanto três mulheres que vêm agora a público acusá-lo contavam entre 18 e 23. Uma quarta pessoa afirma que Butler a agrediu sexualmente duas vezes em 2015, quando tinha 21 anos e ele 34. Cada depoimento é explanado detalhadamente pela "Pitchfork", mantendo-se o anonimato das alegadas vítimas.
A "Pitchfork" afirma que teve acesso a "printscreens" de mensagens de texto e Instagram entre Butler e as mulheres, e entrevistou amigos e familiares destas, que afirmaram terem tido conhecimento dos supostos incidentes. O site norte-americano instou Butler a reagiu às acusações, tendo o artista respondido às mesmas através de uma especialista em relações públicas de situações de crise, Risa Heller. Butler reconhece ter mantido interações sexuais com cada uma das quatro pessoas, defendendo porém que todas foram em contexto consensual e não iniciadas por ele.
Através do mesmo expediente, Butler disponibilizou-se para colocar a "Pitchfork" em contacto com várias mulheres que terão tido experiências sexuais consensuais com Butler no passado. A mesma representante entregou também uma declaração por escrito de Régine Chassagne, esposa de Win Butler, em que a também integrante dos Arcade Fire manifesta apoio ao marido: “Ele perdeu-se, mas encontrou o caminho de volta”.
Numa segunda declaração enviada à "Pitchfork", Butler aborda novamente as alegações e atribui as situações ocorridas a um período de alcoolismo e depressão, pedindo repetidamente desculpas. “Lamento ter magoado quem quer que seja com o meu comportamento. Trabalho todos os dias para ser alguém de quem meu filho se possa orgulhar. (...) Lamento não estar mais atento e sintonizado com o efeito que provoco nas pessoas. Estraguei tudo e, embora não sirva de desculpa, continuarei a olhar para frente para remediar o que pode ser remediado".
Também se dirige a Régine Chassagne: "Eu amo a Régine de coração. Estamos juntos há vinte anos, ela é a minha parceira na música e na vida, a minha alma gémea, e estou agradecido por tê-la ao meu lado".
Reagindo à retratação de Win Butler, uma das mulheres que o acusam - estudante de arte que terá conhecido o vocalista dos Arcade Fire num concerto destes em Montreal, há sete anos - declara: “Não espero desculpas de pessoas que perpetuam o mal. Mas se ele tiver parado para perceber o que fez e entender que tem de mudar o seu comportamento, talvez isso seja suficiente para proteger outras pessoas no futuro".
Os Arcade Fire têm o início de uma digressão europeia marcado para a próxima terça-feira, em Dublin, na Irlanda. O regresso a Portugal está agendado para 22 e 23 de setembro, dois concertos no Campo Pequeno, em Lisboa, que se encontram esgotados.
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