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Ty Segall no Vodafone Paredes de Coura: um banquete de rock and roll com tudo a que temos direito

O terceiro concerto de Ty Segall na história de Paredes de Coura foi, novamente, um manual de rock and roll clássico com tudo o que é da sua natureza: riffs garageiros, solos psicadélicos, 'jams' narcóticas e descargas elétricas. Faltou que a euforia dos mais afoitos frente ao palco contagiasse o restante anfiteatro natural

Ty Segall no Vodafone Paredes de Coura: um banquete de rock and roll com tudo a que temos direito

Luís Guerra

Jornalista

Ty Segall no Vodafone Paredes de Coura: um banquete de rock and roll com tudo a que temos direito

Rita Carmo

Fotojornalista

Com Ty Garrett Segall o rock fica sempre bem tratado. Neste mesmo espaço já dele víramos um concerto pujante em 2017; dois anos antes, enquanto membro dos Fuzz, também não passou despercebido. À terceira, reencontramos o mesmo turbilhão rock and roll, ainda que atenuado por uma recepção menos entusiástica de um festival que já o aclamou.

Num dia que nos parece de menor afluência, algumas clareiras denunciaram um anfiteatro natural com menor 'densidade populacional' e menos disposto a reagir de forma 'selvagem' à entrega de Ty Segall e a sua Freedom Band. É certo que à frente do palco, o mosh obrigatório voltou a ser uma constante, mas a restante plateia pareceu comedida na receção a um convidado habitual.

Do palco, porém, só boas notícias. O quinteto deu um concerto à sua maneira, sem festividades falsificadas nem galanteios de ocasião. Aliás, as primeiras palavras dirigidas ao público por parte do californiano de 35 anos surgiram mais de meia hora depois do início. Até aí, o grupo - com Segall sempre à nossa direita, virado para o resto da banda: segunda guitarra, baixo, teclado, bateria - atacou o alinhamento sem pausas, numa sequência magnífica onde se acorrentaram 'Over' (teclas 70s bem presentes), 'Hello Hi' e a inicialmente trovadoresca 'Looking At You', que depois desemboca num mantra hipnótico. Todas do recente, e excelente, "Hello Hi", 14º álbum de uma discografia bem apetrechada.

Foi com o rock mais corpulento e abrasivo que Segall conseguiu maior empatia, mas não há como não destacar um bonito e harmonioso final com 'My Lady's on Fire', canção devedora de uma das maiores referências de Segall, os T. Rex do início. Atentando às palmas sincopadas que Coura devota aos The Blaze no momento em que escrevemos estas linhas, é provável que o rock (servido com generosidade por Segall, diga-se) não tenha sido hoje o prato principal.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: lguerra@blitz.impresa.pt

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