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Artistas e público queixam-se de “caos” no festival O Sol da Caparica. “Não brincam mais connosco”

O Sol da Caparica
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The Legendary Tigerman, Miguel Angelo ou Os Quatro e Meia foram alguns dos artistas a mostrar publicamente o seu descontentamento com o festival da Costa da Caparica. Organização garante que “foi um sucesso”, mas o público também tem queixas a fazer

Depois de Legendary Tigerman ter anunciado o cancelamento do seu concerto no festival O Sol da Caparica, que se realizou no passado fim de semana, foram vários os artistas a manifestar o seu descontentamento com a organização do evento, que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Almada e a promotora Grupo Chiado. Miguel Angelo, Karetus e Os Quatro e Meia partilharam com os fãs o “caos” que sentiram no festival, mas o Grupo Chiado garantiu, em entrevista à SIC Notícias, que “foi um sucesso”. Estão também registadas várias queixas por parte do público do festival no Portal da Queixa.

“Com grande esforço de todos, e no intuito natural de apresentar ao público o espetáculo que ali nos levou, tentámos ultrapassar as várias dificuldades técnicas e logísticas que causaram um atraso de três horas nas atuações do Palco Free Now”, pode ler-se no comunicado partilhado no Instagram de Legendary Tigerman, que tinha atuação agendada para quinta-feira passada, 11 de agosto. “Chegados ao limite horário permitido para a realização do festival, constatámos que não seria possível que o The Legendary Tigerman apresentasse, de todo, o seu espetáculo, motivo pelo qual nos resignámos à única solução possível: o cancelamento”.

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Miguel Angelo, que tinha concerto marcado para o mesmo dia e no mesmo palco de Tigerman, só tocou duas canções e com um longo atraso relativamente à hora prevista para o início da sua atuação. “Percebia-se, desde manhãzinha cedo, no ensaio de som, que as questões técnicas e práticas do palco Free Now n’O Sol da Caparica estavam muito aquém do que é necessário para um festival com esta dimensão”, escreveu o músico no seu Instagram, “o cancelamento após duas canções e meia do início do meu (des)concerto ontem à noite – depois de um atraso de 3h (estava previsto às 21h20 e entrei em palco às 00h17) – e o consequente cancelamento da atuação do The Legendary Tigerman foram inevitáveis devido à instabilidade da corrente elétrica (o meu apagão ocorreu a meio do ‘Sou Como Um Rio’)”. Miguel Angelo termina a mensagem dizendo: “tenho uma carreira a caminho dos 40 anos e há coisas que simplesmente já não podem acontecer no Portugal dos Festivais em 2022”.

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Foi durante o seu concerto no palco Super Bock, esta segunda-feira, que Os Quatro e Meia desabafaram: “esta noite estamos aqui em cima do palco por vocês porque pagaram bilhetes. Porque se fosse pela falta de respeito com que vários músicos durante este festival foram tratados e muito do público foi tratado, nós não vínhamos cá mais uma única vez com esta organização. Acabou-se o politicamente correto! Não brincam mais connosco”. Dois dias antes, os Karetus, que atuaram no palco eletrónico, também se viram a braços com dificuldades, tendo posteriormente partilhado uma mensagem nas redes sociais na qual lamentaram não ter conseguido terminar a sua atuação no festival. “Ao longo dos últimos dias solicitámos várias vezes a alteração do local do espetáculo por sentirmos que o palco onde atuámos não reunia as condições técnicas, de segurança, de logística e de dimensão de forma a que pudéssemos entregar o espetáculo que todos esperavam”, escreve a dupla, “tentámos fazer o concerto nas condições que nos apresentaram. Pelo bem-estar de todos, a meio da atuação, tivemos de abandonar o palco, dado que não estavam reunidas quaisquer condições de segurança para continuar. Foi a primeira vez na nossa carreira que interrompemos um espetáculo”.

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Nas várias reclamações partilhadas por elementos do público no Portal da Queixa, destacam-se as longas filas para entrar, problemas de atrasos dos concertos e falta de informação nas redes sociais do festival. Perante as queixas dos artistas e as reclamações por parte do público, Zahir Assanali, do Grupo Chiado, admitiu em declarações à SIC Notícias que houve problemas “no primeiro dia” do festival, explicando: “falhámos na abertura de portas por uma questão de segurança e isso fez com que os horários descambassem. Assumimos e pedimos desculpa e depois do primeiro dia recuperámos”. O responsável destaca “a maior lotação de sempre: 150 mil pessoas em cinco dias” e assegura que a edição de 2022 d’O Sol da Caparica “foi um sucesso”. “Criámos 700 postos de trabalho, o turismo local esgotou e contámos com mais de 100 artistas”, acrescenta ainda, prometendo “melhorar o que falhámos e criar mais condições, nomeadamente de horários do alinhamento de artistas”.

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