Que Timmy Trumpet sabe comandar uma multidão ninguém duvida, e o MEO Sudoeste já o tinha vivido há três anos, mas na segunda passagem pela Herdade da Casa Branca elevou tudo ao extremo. A sua habitual jigajoga entre as sonoridades eletrónicas mais (ou menos) hardcore e a intensidade do seu instrumento de eleição, o trompete, claro, que tanto utiliza para dar alguma leveza aos DJ sets como para mascará-lo de metralhadora de som apontada ao público, cai facilmente no goto dos festivaleiros mais afoitos, que aguentam bem a sua pedalada na hora de instigar à dança. Esta noite, ouvimo-lo abrir o set com uma remistura de ‘Frozen’, de Madonna, mas rapidamente o vimos saltitar entre temas seus, como o hino de 2014 ‘Freaks’ ou um mais recente ‘Dance Tonight’, em parceria com Azteck e Darren Styles, ou versões aceleradas de ‘Beggin’’ pelos Måneskin ou ‘Can’t Hold Us’ de Macklemore & Ryan Lewis.
“É tão bom estar de volta a Portugal”, exclamou o DJ e produtor australiano, algures entre empunhar um canhão de fumo, batizar a plateia com champanhe ou fazer sapateado em cima da cabine. Com a multidão na palma da mão, foi alimentando a vontade de dançar recuando a êxitos do passado mais longínquo, como ‘Freed From Desire’ de Gala, ‘The Beautiful People’ de Marilyn Manson ou ‘Fight for Your Right’ dos Beastie Boys, para depois caminhar de volta ao presente com temas como ‘Stay’ de The Kid Laroi com Justin Bieber, a balada ‘Talking to the Moon’ de Bruno Mars (com direito a lanternas de telemóveis no ar) ou a remistura de Acraze para ‘Do It to It’ das Cherish. “Vamos festejar toda a noite, vamos festejar todo o dia”, ameaçou, momentos antes de servir ‘Party Till We Die’. A noite já ia longa, mas Trumpet não esmoreceu, servindo um dos sets mais agressivos e intensos de que temos memória em contexto Sudoeste.
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