Em todas as décadas, parece haver um momento em que a imprensa especializada, impulsionada pelo mais recente êxito de uma qualquer canção cantada em castelhano, nos diz que “a música latina está a tomar conta do mundo”. É uma frase que até poderia fazer algum sentido, caso não tivessemos prestado atenção nas aulas de história pop: quando é que a música latina não tomou conta do mundo? Basta recuar até aos anos 50, quando Nat King Cole cantou em espanhol, o jazz que se fazia em Cuba encontrava um lugar nos EUA, e Ritchie Valens colocou meio mundo a dançar 'La Bamba'. Ou até ao final dos anos 60, quando Carlos Santana fundiu os ritmos e as melodias do seu México com o psicadelismo rock’n’roll. Ou até 1990, quando Juan Luis Guerra deu sotaque à ‘sofrência’ com ‘Burbujas de Amor’. Ou até 2004, quando Daddy Yankee deu ‘Gasolina’ a todos os subúrbios do mundo. Ou até 2017, quando o mesmo Daddy Yankee se juntou a Luis Fonsi para um ‘Despacito’...
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt