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Nathy Peluso no Super Bock Super Rock. Suor, energia para dar e vender e uma rosa atrevida

Com um espetáculo estrondoso, e apesar de um som a roçar o insultuoso, a artista argentina-espanhola conquistou um público conhecedor da sua curta, mas valorosa, carreira

Nathy Peluso no Super Bock Super Rock. Suor, energia para dar e vender e uma rosa atrevida

Rita Carmo

Fotojornalista

O nome Nathy Peluso, cantora argentina radicada em Espanha que se estreou nas lides musicais há apenas cinco anos, pode ainda ser relativamente desconhecido em terras lusas, mas a reação apaixonada do público ao concerto bombástico que deu ao início desta segunda noite de Super Bock Super Rock só pode significar que é algo que pode mudar a qualquer momento. Mantendo os níveis de energia bem lá no alto do início ao fim de uma atuação suada, Peluso foi apenas traída pela fraquíssima qualidade de som que se sentiu na Altice Arena.

Depois de uma entrada épica, com direito a pose de super-mulher, Peluso serviu uma receita musical que não permite encerrá-la num ou noutro estilo musical. Vagueando entre o hip-hop desconstruído de ‘Nathy Peluso: Bzrp Music Sessions, Vol. 36’, também conhecida apenas por ‘Nasty Girl’, a salsa de ‘Puro Veneno’ e o dramatismo de ‘Mafiosa’, a artista não descansou enquanto não agarrou o público pelos colarinhos e o puxou para a sua equipa. Com uma postura aguerrida e movimentos sensuais – que atingem o pico durante uma coreografia com uma rosa que acabaria por oferecer, em mãos, a uma fã – não se deixou levar por grandes conversas, colocando o protagonismo nas mãos de canções eletrizantes.

“Boa noite, Portugal. Obrigado por me receberem. Espero que tenham uma noite maravilhosa”, disse a dado momento, embalada pelos ritmos envolventes de ‘Sana Sana’. Acompanhada por uma boa secção de metais e percussão, Peluso rodopiou em palco, saltou à corda e pediu ao público que lhe provasse que em Portugal “as pessoas sabem o que é festa”. Não terá ficado desiludida com a resposta, nem mesmo quando acalmou o ritmo para a balada ‘Buenos Aires’, dedicada à cidade que a viu nascer. Os momentos mais altos da atuação, contudo, chegariam mais tarde, quando a artista se atirou às eletrónicas efervescentes e perigosas de ‘Emergencia’ e a ‘Ateo’, irresistível dueto com o madrileno C. Tangana, que entra em palco já a seguir.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MRVieira@blitz.impresa.pt

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